05/12/2019 às 12h01min - Atualizada em 05/12/2019 às 12h01min

Voluntariado é expressão de amor ao próximo

O voluntariado pode ser praticado em inúmeras áreas, sem qualquer discriminação, levando ajuda humanitária a quem mais precisa

Jornalista do www.belem.com.br
Rosa Borges
O projeto Reamar objetiva resgatar a autoestima de mulheres que sofreram ou que sofrem violência doméstica (Foto: arquivo pessoal)
  
Nesta quinta-feira, 05 de dezembro é o Dia Internacional do Voluntário, data instituída pela Organizações das Nações Unidas em 1985 para promoção de ações de voluntariado no mundo inteiro, destacando a importância que essas ações promovem na vida dos mais carentes.
 
A coordenadora do voluntariado do Hospital de Clínicas Gaspar Viana, que fica em Belém, Rita Carvalho, define o voluntariado como "um ato de amor". Para ela é fundamental o trabalho voluntário numa unidade hospitalar. "A rotina diária de um hospital é estressante e o voluntário tem diversas formas de atuar para amenizar isso, podendo se utilizar da música ou, simplesmente, sentar ao lado do paciente e escutá-lo. Além disso, temos uma população muito carente e nos dedicamos a doações de material de higiene, cesta básica, enxoval de bebê. São atividades que minimizam a dor e a carência de quem está aqui e não tem condições financeiras. Mas a ajuda não precisa ser necessariamente financeira, pode ser a sua presença física e sua mão estendida. É ver o outro como irmão e ser cúmplice dele nesse momento de dor. Proporcionamos momentos de alegria e esperança daqueles que estão aqui internados.  Muitos pacientes, ao terminar o tratamento, voltam como voluntários e nos dão apoio. Ser voluntário é isso", justifica.
 
O voluntariado pode ser praticado em inúmeras áreas, sem qualquer discriminação, levando ajuda humanitária a quem mais precisa. Adriano Oliveira, de 22 anos, acadêmico de pedagogia da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e do curso de enfermagem da Escola Superior da Amazônia (Esamaz), participa de um trabalho voluntário no município de Igarapé-Miri, no nordeste paraense. É o projeto social chamado Reamar – Recriando Histórias, que objetiva resgatar a autoestima de mulheres que sofreram ou que sofrem violência doméstica, abuso sexual, ou estão em tratamento de câncer ou outro tipo de patologia, incluindo as que sofreram escalpelamento.
 
O acadêmico relata que sua atuação no projeto foi evoluindo com o passar do tempo. "Entrei no projeto como um simples voluntário e agora sou coordenador de extensão. Em outubro, nós fomos responsáveis por realizar o Reamar aqui em Belém, na Praça da República, onde tivemos um público diferenciado, que são os moradores de rua, venezuelanos, idosos, crianças, entre outros. Eu acredito que o trabalho voluntário te leva a sair da tua zona de conforto. O que me leva a participar desse projeto é a curiosidade aguçada, eu sou muito curioso e participativo, eu não sei ficar quieto, pois se eu vejo algo tento resolver ou amenizar o problema", descreve.
 
Para Adriano, o voluntariado é tornar-se disponível ao outro. "É pegar o que você aprende como teoria numa sala de aula, durante quatro ou cinco anos de uma graduação, e levar para fora, para o outro, aquilo que se aprendeu. O trabalho voluntário te oferece isso: a disponibilidade das pessoas. Quando elas vão até o projeto, te oferecem visões, histórias e vivências diferentes e, aí, você trabalha em cima disso e acaba se emocionando e se enriquecendo como pessoa, como voluntário, como acadêmico, e como profissional", reforça.
 
Ele explica ainda o que o levou a atuar como voluntário no projeto Reamar. "O que me fez optar por um trabalho voluntário foi a carência de projetos na minha cidade (Igarapé-Miri). Vi muitas mulheres com algum tipo de vulnerabilidade social, econômica, física, psicológica, e percebi que eu poderia ajudá-las de alguma forma. O que me levou para o trabalho voluntário foi justamente isso, a sede insaciável de ajudar outras pessoas, de poder levar um carinho, um afeto, uma atenção, um procedimento de enfermagem ou pedagógico para os filhos dessas mulheres. E o que eu tenho como recompensa de tudo isso é exatamente o sorriso dessas mulheres, a gratidão, o olhar nos olhos e quando elas dizem um ‘muito obrigado’, é muito significativo. Nós não ganhamos nada financeiramente, a gente ganha a recompensa da gratidão, do amor, do afeto, carinho, desse desejo que a gente tem de mudar o mundo, de mudar as pessoas e a comunidade onde estamos inseridos", finaliza.

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