05/12/2019 às 14h46min - Atualizada em 05/12/2019 às 14h46min

Tucuruí quer inovar a agricultura familiar no município

O BRS Pai d'Égua é resultado da pesquisa para melhoramento genético, em que os açaizeiros geram frutos menores, mas com maior rendimento de polpa

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Walrimar Santos (Decom - Tucuruí)
A primeira colheita dessa nova variedade de açaí se dá aos três anos e meio, enquanto os materiais tradicionais iniciam no quinto ano (Foto: Vinícius Braga)
  
O secretário de agricultura de Tucuruí, Diego Andrade Toledo, e o secretário adjunto de meio-ambiente (Semma) do município, Marcos Lima Medeiros, estiveram, nesta terça-feira (3), em Tomé-Açu, nordeste do Pará, para conhecer o projeto BRS Pai d'Égua, a nova cultivar de açaizeiro com irrigação feita em terra firme. A ida dos representantes de Tucuruí ao local atendeu ao pedido do prefeito Artur Brito, que tem interesse em inovar a agricultura familiar no município e, dessa forma, é fundamental buscar conhecimentos sobre essa técnica de cultivo do açaí.
 
A apresentação do projeto foi realizada na sede da Embrapa Amazônia Oriental, na Rodovia PA 256, na Estrada da Jamic, km 06, distrito de Quatro-Bocas, em Tomé-Açu. O evento reuniu equipe de técnicos e produtores no campo experimental da Embrapa. Um dos grandes desafios é aumentar a produção do açaí em 46% no período de entressafra (entre janeiro e junho) e em 54% no período da safra (de julho a dezembro). O BRS Pai d'Égua é resultado da pesquisa para melhoramento genético, em que os açaizeiros geram frutos menores, mas com maior rendimento de polpa.
 
De acordo com o engenheiro agrônomo, João Tomé de Farias Neto, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, trata-se de uma mudança drástica na produção anual desse fruto. "A safra do açaí concentra 80% da produção anual. Na entressafra há redução da oferta de açaí o que faz o seu preço aumentar", destaca o especialista. Ele explica que, além desses aspectos, o açaizeiro ganha maior produtividade com até 12 toneladas ao ano por hectare.
 
"O açaí manejado de várzea e o cultivado em terra-firme sem irrigação produzem cerca de cinco toneladas anuais por hectare. Além de tudo isso, seus frutos menores rendem 30% mais polpa que os tradicionais", explica. Ele salienta que a primeira colheita se dá aos três anos e meio, enquanto os materiais tradicionais iniciam no quinto ano, trazendo, portanto, retorno financeiro mais rápido ao agricultor.
 
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Estado do Pará produziu, somente em 2018, um total de 1,4 milhão de toneladas do fruto, em uma área de quase 200 mil hectares. Esse total envolve o manejo de áreas de várzea e os plantios de terra-firme. Somente na economia paraense, o produto movimentou cerca de R$ 3 bilhões no ano passado.

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