08/12/2019 às 10h18min - Atualizada em 08/12/2019 às 10h18min

Família é afeto, união, respeito e amor

Neste domingo (8), celebra-se o Dia Nacional da Família e o belem.com.br mostra exemplos de famílias unidas não só por laços de sangue

Andreza Gomes, jornalista do belem.com.br
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Giza e Maiara se sentem realizadas com a chegada do pequeno Caetano (Foto: acervo pessoal)
   
O casal Giza e Maiara Carmona realizou, há seis meses, o sonho de formar uma família, com a chegada do pequeno Caetano. Para Maiara, 25, a gravidez foi uma conquista, em um mundo ainda tão complicado para casais homoafetivos.

Elas se casaram há dois anos e, como Maiara conta, foi este momento esperado de ter uma família. “Nós desejamos muito isso, pensamos em cada detalhe. A chegada do Caetano foi ainda mais especial. Ele é a nossa família. Foi algo grandioso na nossa vida”, comemora a bacharel em direito.

Para a militar Giza Carmona, a chegada do primeiro filho, Caetano, foi uma realização pessoal. “Para quem é LGBT, é uma vitória a possibilidade de ter uma família reconhecida pelo Estado. Me sinto realizada, reconhecida e feliz”, descreve.

Giza reconhece que nem tudo foram flores durante o processo para obter o registro do menino no nome das duas mães e a forma “como as pessoas me tratam, deslegitimizando minha maternidade por não ter gerado”, desabafa.

Em casa, Giza comenta que com a chegada do bebê só fortaleceu o vínculo afetivo e ensinou a forma mais linda e completa de amar. “Juntas, estamos nos fortalecendo para guiar nosso filho e tentar mudar o pensamento retrógrado e preconceituoso que, infelizmente, ainda é comum”, pontua.

A principal mudança na rotina das mães de Caetano é passar mais tempo em casa, descobrindo cada momento. Agora, elas estão na fase de introdução alimentar da criança.

“Passamos mais tempo em casa, mas não abrimos mão de viajar aos finais de semana e feriados para curtir a natureza”, finaliza.
Giza conclui que a base familiar de qualquer pessoa deve ser formada carinho, respeito, compreensão e amor.

“Um filho percebe quando seus pais se dedicam e se esforçam para estar com ele. Quando eu lembro da minha infância, por exemplo, sempre vejo as salas de aula, palestras e reuniões que minha mãe me levava (uma senhora de 40 anos que só conseguiu fazer faculdade nessa época). Ela tinha que trabalhar e estudar, mas nunca abriu mão de estar comigo. O tempo passa muito rápido e os filhos crescem na velocidade da luz, então esteja presente! O seu futuro (e o do seu filho) agradecem”, ensina.

Com objetivo de compartilhar a vivência da família, que atualmente mora em Anapólis, Giza e Maiara criaram um perfil no Instagram, o @mae_et_mamae.
 
Avós x Mãe
 
No Pará, uma referência familiar muito presente é a avó, que, muitas vezes, acaba assumindo o papel de mãe, cuidando, amando e encaminhando os netos. Um exemplo é a dona Ana Célia, 60, moradora do bairro do Tapanã, com três netos. Mas o neto de cinco anos é como se fosse seu filho mais novo.

“Eu sou praticamente a mãe, avó. Ele passa maior parte do tempo comigo, me chama de vozinha, eu conto histórias para ele dormir”, conta.

Pesquisa

O jornalista Elias Santos Serejo é mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade da Amazônia (Unama), com a pesquisa sobre a luta por reconhecimento das famílias homotransafetivas.
 
“As minhas inquietações neste sentido é saber quais os mecanismos e instrumentos de resistência que utilizamos para enfrentar a LGBTfobia, o preconceito e a discriminação”, explica.

O jornalista é diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas e doutorando em Comunicação pela UFPA. Ele afirma que “o casamento civil é uma realidade; a união estável é uma realidade; adoção é uma realidade e temos sujeitos LGBTs que formam uma família, seja ela com filhos ou não”.

Elias conclui que “família é plural, é afeto. Muitas mulheres, avós, criam seus netos; tias e tios criam sobrinhos. Então, o Brasil, há muito tempo, não tem esse formato tradicional de família em grande parte dos lares”.

O Dia Nacional da Família é celebrado neste domingo, 08 de dezembro, para homenagear e lembrar a importância da instituição familiar.

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