03/01/2020 às 09h00min - Atualizada em 03/01/2020 às 09h00min

A beleza da arquitetura das residências da periferia de Belém

Universitários de arquitetura retrataram com maquetes esse lado criativo da cidade

Rosa Borges (Jornalista do www.belem.com.br)
com informações da Ascom da Ufpa
Universitários produziram maquetes da periferia de Belém (Foto: Lucas Brito)
 
 
  A reprodução da arquitetura de casas da periferia de Belém, por meio de maquetes, foi a proposta de uma exposição realizada por alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo em dezembro último, no Hall da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo-FAU, no Campus Profissional da UFPA.

Sob a supervisão da professora Dina Oliveira, os universitários puderam retratar a arquitetura das casas da periferia, com suas cores vibrantes, fachadas diferenciadas, um verdadeiro apanhado da realidade dos bairros periféricos da capital paraense.

Esse olhar acadêmico demonstrou o senso criativo de seus moradores, identificado na construção de residências, diante das adversidades da vida, que nem sempre lhes dá a condições de edificá-las com materiais nobres.

Para a professora Dina Oliveira a periferia “tem o seu encanto”. Ela reforça as qualidades que essa arquitetura da periferia de nossa cidade possui.

“O seu colorido e até uma certa delicadeza, demonstram uma inocência alegre. E ao mesmo tempo mostra a questão da cidade como escultura da sociedade. Esse é o encanto da periferia. São casas construídas pelas mãos dos usuários ou então pelos mestres. É um trabalho de observação da arquitetura popular”, descreve.

Para a professora os alunos extraem inúmeras lições com esse trabalho, que não é inovador, mas que ao mesmo tempo os direciona para o inusitado. “A periferia é um ingrediente importante no conhecimento do aluno de arquitetura. Perceber esse espaço é não só gratificante, mas se torna uma coisa inusitada, sempre nova, encantadora e motivadora. São elementos que estão no nosso cotidiano e que às vezes a gente passa e nem dá o devido valor”, atesta.


 
Produção das peças – Segundo Heloísa Assunção, estudante da FAU e uma das expositoras, os professores solicitaram que os alunos estudassem casas da periferia de Belém por um
período. “Durante esses meses, aproveitei o percurso do ônibus que todo dia passava por um bom trecho do Guamá para fotografar algumas casas e ir anotando mentalmente os pontos em comum e as peculiaridades. Quando começamos a produzir a maquete propriamente, fiz vários desenhos rápidos combinando de várias formas os diferentes elementos das casas que observei”, disse.

Heloísa ressalta, ainda, que a atividade, por mais simples que fosse, levou-os a prestar atenção em uma ‘arquitetura sem arquiteto’, com soluções criadas por pessoas comuns para problemas rotineiros da cidade, como as chuvas e a formação de novos traços de estilo. “Nosso trabalho nem chegou ao nível de conversar com as pessoas, mas, só de observar atentamente o que é produzido por elas, a gente entende a riqueza desses lugares. Esse tipo de percepção é importante sobretudo para valorizarmos as pessoas de todos os lugares(...). Olhar por alguns meses foi suficiente para admirar a vida e a riqueza desse espaço. E eu só olhei o Guamá”, conclui Heloísa.

 

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