31/01/2020 às 11h00min - Atualizada em 31/01/2020 às 11h00min

A música na Belle Époque é tema de palestra nesta sexta-feira (31)

O evento tem entrada franca e faz parte da programação em homenagem aos 404 anos de Belém

Assessoria de Comunicação do Castanheira Shopping
Com edição do belem.com.br
Jonas Arraes é professor aposentado do Instituto Estadual Carlos Gomes, hoje Conservatório Carlos Gomes (Foto: Reprodução/Facebook)
   
"A Música no Belle Époque" é o tema da palestra que o músico e maestro Jonas Arraes ministra, nesta sexta-feira (31), no Espaço Criança do Castanheira Shopping, a partir das 17 horas. O evento tem entrada franca e faz parte da programação em homenagem aos 404 anos de Belém, promovida pelo shopping, composta ainda pela exposição de fotografias "Belém, Viva Belém", que mostra como era a capital paraense na virada do século XIX para o XX.

Jonas Arraes é professor aposentado do Instituto Estadual Carlos Gomes (hoje Conservatório Carlos Gomes). Durante mais de 35 anos atuou como contrabaixista de orquestras sinfônicas em São Paulo, Paraíba e Bahia, tendo encerrado a carreira em 2009 na Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz. Atualmente, é docente do Departamento de Artes da Universidade do Estado do Pará, onde leciona no Curso de Licenciatura em Música. É graduado em Contrabaixo, mestre em Musicologia e doutorando na Unicamp.

Sobre a música que circulava em Belém antes do advento da Belle Époque, Jonas Arraes explica que a igreja católica era quem mais promovia a música de tradição europeia, porém, a música feita pelas populações tradicionais já estava na região há muitos séculos. "Com a chegado dos negros escravizados, uma nova forma de manifestação musical surgiu trazida por eles, através da oralidade e do reavivamento de suas tradições.", ressalta.

Após o movimento da Cabanagem, a Belle Époque se fez presente na região, favorecida pelos recursos novos advindos do período áureo da borracha. "Muitos músicos, companhias líricas, eventos, instrumentos musicais, vieram para a Amazônia. Com a inauguração do Theatro da Paz, em 1878, o mercado musical se ampliou, assim como, diversos grupos de origem europeia ou tradicionais passaram a ocupar outros palcos criados para alimentar a dinâmica musical crescente, ampliando o público e os negócios ligados a esta atividade artística.", relata o maestro. 

Contudo, as riquezas produzidas naquele período concentraram-se em uma só classe, representada por uma elite intelectual e econômica que estabelecia a produção musical para deleite dela própria e de um público que possuía recursos para absorver tais produtos artísticos. "Boa parte da população ficava alienada das produções musicais caras, no entanto, esta mesma população, vivente nos bairros mais afastados do belo centro, desenvolvia seus gêneros musicais, deixando para a posteridade um valioso legado.", destaca o maestro.

Ele cita Gama Malcher, Meneleu Campos, Henrique Gurjão, Paulino Chaves, José Domingues Brandão e Julia Carvalho como alguns dos compositores que se destacaram na época. Durante a palestra desta sexta-feira, Jonas Arraes falará sobre a circulação de diversos produtos relacionados à música, como instrumentos e partituras, e a inda a relação da música com a educação e o canto orfeônico.
 
Sobre o legado deixado na cidade pela Belle Époque e que até hoje faz parte do cotidiano da população, o maestro aponta, entre outros, o Conservatório Carlos Gomes, as escolas de ensino de canto e piano, a formação de bandas de música no interior e capital e de orquestra sinfônica.
 
Serviço: Palestra "A música no Belle Époque", com o maestro Jonas Arraes, nesta sexta-feira (31), no Espaço Criança (3º piso) do Castanheira Shopping (BR -316, Km 01 – s/n), a partir das 17 horas, com entrada franca. Contato:(91) 4008-8100.

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