25/02/2020 às 13h33min - Atualizada em 25/02/2020 às 13h33min

São Clemente satiriza Bolsonaro. Mocidade homenageia Elza Soares

No segundo dia de desfile das escolas do grupo Especial do Rio de Janeiro, não houve tanta crítica social quanto no primeiro dia

Redação Rede Brasil Atual
Com edição do belem.com.br
A São Clemente usou o humor para abordar temas como fake news e corrupção (Foto: Dhavid Normando/ Riotur)
       
No segundo dia de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro do Carnaval 2020, em que críticas políticas e sociais tiveram menos destaque que no dia anterior, a São Clemente usou o humor para abordar temas como fake news e corrupção, na madrugada desta terça-feira (25).
 
O humorista Marcelo Adnet, coautor do samba-enredo cantado pela escola, “O Conto do Vigário”, desfilou em um dos carros alegóricos imitando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em tom de deboche. O artista chegou a imitar Bolsonaro fazendo flexões de braço e poses de arma com as mãos.

Com fantasias de cor laranja, a bateria da São Clemente fez uma referência às candidaturas falsas promovidas pelo PSL, ex-partido do presidente, um esquema para desviar recursos públicos do fundo eleitoral, em 2018.

Em um dos trechos do samba, a escola abordou as notícias falsas, que desde as eleições presidenciais viraram grande parte do conteúdo em circulação nas redes sociais do país: “Brasil compartilhou, viralizou, nem viu! E o País inteiro assim sambou. Caiu na fake news!”.

O desfile também criticou o “jeitinho brasileiro”, citando malandro vendendo terreno na Lua.

Elza Soares presente

A Mocidade Independente de Padre Miguel trouxe temas como machismo e racismo e homenageou a cantora Elza Soares, que foi compareceu pessoalmente ao desfile, ocupando o destaque do último carro alegórico da escola. O púlbico acompanhou o samba, puxado também por várias vozes femininas e que dizia “é sua voz que amordaça a opressão".

Circo, Brasília e outros temas

Abrindo as atrações da noite, a Unidos de Vila Isabel apresentou uma versão mística para a criação de Brasília, que completa 60 anos em 2020. Além de mostrar sua interpretação para a lenda segundo a qual a cidade teria sido criada a partir da visão de um menino indígena, a escola também homenageouos arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

Com o samba-enredo “O Rei Negro do Picadeiro”, a Acadêmicos do Salgueiro homenageou Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, que faria 150 anos em 2020. Baseado no universo circense, o desfile destacou a importância dos negros para a cultura nacional, trazendo em seus carros artistas como Negra Li, Ailton Graça e Hélio de La Peña.

A Beija-Flor, fechou a noite com um desfile considerado tecnicamente perfeito e se colocou entre as favoritas para o título deste ano. Numa abordagem “tradicional”, o enredo escolhido foi “Se essa rua fosse minha”, sobre caminhos percorridos pelo homem por meio de lendas e mitos sobre estradas, vias e ruas, até desembocar na avenida Marquês de Sapucaí, palco maior do carnaval carioca.

Numa apresentação que passou sem brilho, a Unidos da Tijuca cantou sobre arquitetura e compôs a programação da segunda noite de desfiles das principais escolas de samba do Rio de Janeiro.

A campeã será conhecida nesta quarta-feira de Cinzas .


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