O Festival recebeu 135 produções, sendo 56 da Região Amazônica e 79 de outras localidades do país. (Foto: Reprodução)
Discutir o racismo através do audiovisual e valorizar a produção de cinema realizada por afro-brasileiros, sobretudo da Região Amazônica, são os objetivos do II Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus. O evento será on-line e ocorrerá entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro. Esta edição tem como homenageada a diretora e atriz de cinema Rosilene Cordeiro.
A programação inclui debates, premiação e exibição de filmes, tudo de forma virtual, pelo site do evento e pelas redes sociais. Rosilene Cordeiro, a personalidade homenageada, é professora de teatro, performer, produtora e colaborou com o curso de Licenciatura em Teatro, da Escola de Teatro da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (Etdufpa/UFPA).
O Festival recebeu 135 produções, sendo 56 da Região Amazônica e 79 de outras localidades do país. Desses, 21 filmes de cineastas amazônicos foram escolhidos e irão concorrer ao prêmio Zélia Amador de Deus, nas categorias: Clipe da Região Amazônica; Projeto para Web da Região Amazônica; e Curta-Metragem da Região Amazônica. Na categoria Curta-Metragem Nacional, 27 filmes estão na disputa.
O Festival Zélia Amador de Deus contribui diretamente na renda de 24 profissionais negros. "O Festival parte de uma construção coletiva feita a partir de uma reunião de amigos artistas, cineastas e produtores culturais negros, que sentem em suas vidas a importância do cinema, o percebem como instrumento de mudança de mentalidades, incentivando práticas antirracistas e de valorização da produção artística afrodiáspórica e africana", conta Fernanda Vera Cruz, da curadoria e produção da iniciativa.
Acessibilidade
O Festival de Cinema Negro também terá uma sessão especial destinado a pessoas com deficiência auditiva e surdos. Para isso, a organização selecionou duas produções de diretoras negras na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se das obras Blackout, de Rossandra Leone (RJ), e Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (PR).
O projeto
O Festival homenageia a professora, atriz, diretora de teatro e ativista Zélia Amador de Deus. "Zélia é uma das fundadoras do Cedenpa (Centro de Estudo e Defesa do Negro no Pará) e grande referência na luta contra as opressões que mulheres e homens pretos sofrem. Nós acreditamos na frase 'nossos passos vêm de longe', ou seja, estamos aqui produzindo cultura negra na Amazônia porque o Cedenpa existiu. Reconhecemos sua importância na luta quilombola, pelas políticas de ações afirmativas e contra o racismo", explica Lu Peixe, da coordenação do Festival.