06/03/2021 às 16h00min - Atualizada em 06/03/2021 às 16h00min

Estreia hoje curta-metragem sobre ancestralidade e linhagem feminina

"Alumiá" conta a história de uma mulher nordestina por meio de narrativas afetivas

Assessoria do Projeto
Com edição do Belém.com.br
O curta, que estréia hoje (6), às 19h, foi filmado em Santo Antônio do Tauá, cidade fundada por migrantes nordestinos. (Imagem: Wan Aleixo)

    
O grupo Teia (Teatro Experimental de Insurgências Amazônicas), em coprodução com Wan Aleixo e Gabriel Tantacoisa lança, neste sábado 6, o curta-metragem "Alumiá". O projeto, contemplado pelo edital Preamar, da Fundação Cultural do Pará, será exibido às 19h, com acesso gratuito no
canal do YouTube do grupo.
 
O Teia é um coletivo de artistas que tem como base o desenvolvimento de temas e histórias sobre a cultura amazônica e seus personagens fictícios ou reais, experimentando as linguagens teatral e audiovisual. Sua primeira montagem foi o aclamado espetáculo sobre a vida do Walter Bandeira em 2018: "Walter Bandeira – Sem Pecado e Sem Perdão" em Belém.
 
Em 2020 o grupo ganhou o edital Preamar de Arte e Cultura através do Governo do Estado/Fundação Cultura do Estado e iniciou uma nova pesquisa que aborda o tema de mulheres nordestinas que migraram para a região da Amazônia no início do século passado. Anteriormente, o projeto chamava-se "Maria Retirante" e era concebido como um espetáculo teatral. Porém, com o avanço da pandemia, o projeto teve que abandonar a sua proposta cênica inicial e adaptou-se para um formato totalmente audiovisual.
 
Em "Alumiá" o telespectador é guiado pelas tarefas cotidianas de Antônia, interpretada pela atriz e diretora Iracy Vaz, que em meio aos seus afazeres, se prepara para o dia da Alumiação, tecendo as coroas fúnebres para honrar os seus mortos, enquanto conversa com duas visitas muito importantes, sobre ancestralidade, trânsitos migratórios, família e força feminina. A equipe conta ainda com as atrizes Pauli Banhos e Andreia Rezende que também assina o figurino, além de Tarcisio Gabriel e Wan Aleixo nas filmagens, direção de fotografia e edição. 
 
A diretora afirma que o curta se desenvolve por meio de narrativas afetivas. "Alumiá fala sobre uma mulher em busca de sua ancestralidade, ela vai ao encontro da memória de sua linhagem feminina. A personagem de Antônia, na verdade, é arquetípica, pois todos nós deveríamos investigar os feitos das mulheres do passado, seja no âmbito micro, dentro das nossas próprias narrativas familiares, seja no âmbito macro, nas narrativas históricas. Pois, esse protagonismo feminino sempre existiu, mas foi invisibilizado dentro das narrativas oficiais, ou até mesmo, nas narrativas familiares", conta.
 
As filmagens foram feitas no município de Santo Antônio do Tauá, no final de janeiro de 2021, com uma equipe bastante reduzida em função da pandemia. A cidade foi escolhida pelo fato de ter sido fundada por migrantes nordestinos. 
 
A narrativa do curta foi inspirada na história real de duas cearenses que migraram para Santo Antônio do Tauá no início do século XX. Maria Quitéria e Ana Lourenço eram bisavós de Iracy Vaz, diretora e atriz do filme, o que confere ao conteúdo do curta uma dimensão autobiográfica e ancestral. 
 
O nome do projeto, "Alumiá", tanto significa iluminar, como também deriva da palavra "Alumiação", rito que ocorre nos interiores do Pará no dia 02 de novembro, onde centenas de pessoas se dirigem aos cemitérios para cultuar seus antepassados por meio da ornamentação das sepulturas com flores, coroas e velas.
 
Serviço
 
O Teia (Teatro Experimental de Insurgências Amazônicas) estreia o curta-metragem Alumiá, projeto contemplado pelo edital Preamar, da Fundação Cultural do Pará. A exibição será neste sábado, 6 de março, às 19h, pelo
YouTube do grupo.


     


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