O trabalho das mulheres da comunidade de Aritapera, no oeste do Pará, é tema da exposição "As Cuias Aira", no Espaço São José Liberto, em Belém, que ficará aberta à visitação até 15 de agosto.
É na comunidade de Aritapera, uma área de várzea distante a uma hora e meia de voadeira partindo de Santarém, que mulheres de cinco comunidades ribeirinhas mantêm a secular tradição de fazer cuias diferentes daquelas conhecidas por servir o tacacá. As mulheres da Associação das Mulheres Ribeirinhas de Santarém (Asarisan) transformam o fruto da cuieira nos mais diversos objetos, todos produzidos de forma 100% natural.
Tradição
O processo de criação das cuias é passado de geração em geração, utilizando materiais naturais para chegar ao produto final: a lixa usada para acertar as bordas é de escama do pirarucu, a tinta é extraída de uma árvore chamada cumatê e o pincel é uma pena de galinha. As cuias já se tornaram Patrimônio Cultural do Brasil.
Para preservar esse patrimônio, antes mesmo que ganhasse o registro, as mulheres da Asarisan formaram a associação e vêm trabalhando para salvaguardar essa atividade e produção cultural.