Artistas paraenses misturam ritmos urbanos e tradicionais. (Foto: Assessoria de Imprensa)
O Norte do País, conhecido pelas paisagens verdes e diversidade gastronômica, também ganha destaque a partir de produções culturais. O documentário “Várzea Wave: Rios" traz relatos de indígenas e quilombolas sobre a importância da música em suas experiências cotidianas. Dirigido por Diego Orix Farias, o filme é uma produção do coletivo Várzea Wave, composto por artistas paraenses que misturam ritmos urbanos, como o eletrônico e synthwave, com os mais diversos ritmos tradicionais da região. A produção pode ser vista online.
O curta
Foi a partir da soma do estilo popular amazônico com o pop que o cantor e compositor paraense Felipe Cordeiro ganhou destaque no cenário nacional. No filme, o artista navega pelas comunidades ribeirinhas próximas aos rios Tapajós, Amazonas, Arapiuns e Jauari, para mostrar que não é só nos grandes centros urbanos que se faz música. Nessas comunidades, agricultores, quilombolas e indígenas são também artistas.
Para impulsionar a visibilidade artística desses povos, o diretor definiu o objetivo central do filme.“Queremos trazer a cultura do povo indígena e quilombola para mais perto da sociedade urbana. Para fortalecer a música paraense, é preciso mostrar às novas gerações as canções regionais e incluir os povos tradicionais nesse processo”, declara Diego.
Tendo em vista que, de acordo com o IBGE, 96% da mandioca produzida vem da agricultura familiar e que a castanha ocupa o segundo lugar do ranking dos produtos não madeireiros mais extraídos da região Norte, é natural que as canções produzidas no local sejam reflexos deste universo.
Representatividade no cenário nacional
De acordo com o diretor do curta, a música paraense já foi bem difundida a partir do sucesso de alguns artistas como Gaby Amarantos e Dona Onete, mas ainda existem muitos outros que não tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos. O documentário prova que, fora dos holofotes da mídia e fora dos trending topics das redes sociais, existe uma cultura rica e contemporânea que precisa ganhar espaço.