15/10/2019 às 11h13min - Atualizada em 15/10/2019 às 11h13min

Projeto leva mães de bebês pequenos para o cinema

Iniciativa está presente em todo o País, incluindo a capital paraense

Rosiane Rodrigues (Estagiária do Portal Belém, com revisão da jornalista Elck Oliveira/ DRT 1847)
Rosiane Rodrigues
A jornalista paraense Melissa Noguchi é mãe de dois filhos e faz questão de participar do projeto (Foto: arquivo pessoal)

Quem não gosta de cinema? Segundo o Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), nos últimos anos, mais de 180 milhões de pessoas passaram a ir ao cinema, um crescimento de 60%. As mães, com filhos bebês ou nos primeiros anos de vida, sofrem em não ir nas sessões de cinema. Para amenizar e ajudar às mães a não ficarem longe das telinhas, Irene Nagashima criou o projeto CineMaterna.
 
No projeto, as mamães podem ir ao cinema acompanhadas dos filhos e sem a preocupação de ter alguém olhando se o filho chora ou se precisa trocar a fralda. Isso porque a estrutura conta, inclusive, com fraldário e lenços umedecidos. Criado em 2008, o CineMaterna atua em todo o País.
 
Nas sessões, as mães trocam experiências, porque, além das sessões, há um bate-papo e café com as mães. O cinema das mamães é diferenciado, tem som mais baixo e iluminação apropriada para não agredir os olhos e os ouvidos das crianças.
 
A neuropediatra Joelma Sagica explica que as células sensoriais que compõem a visão e audição de um bebê  sofrem com luminosidade e ruídos excessivos, por isso é importante que os ambientes sejam adequados para os bebês.
 
“Isso permite que ambos desfrutem de um ambiente aconchegante, adequado e que permite interação social e bem-estar para aquelas que cuidam com todo amor dos seus filhos”, ressalta.
 
Segundo a neuropediatra, é importante que o projeto não pare e que mais mães sejam beneficiadas. “A não realização desse projeto acaba por afastar essas mães de momentos prazerosos com seus filhos, contribuindo também para o aumento dos índices de depressão materna e diminuindo vínculo entre mãe e filho”, informa Joelma Sagica.
 
O cinema é também uma oportunidade para que as mães saiam da rotina e possam interagir com outras mães. “Como mãe, nos sentimos completamente acolhidas e bem-recebidas. Tem gente que sente incomodado com crianças até em restaurantes”, afirma a jornalista Melissa Noguchi, mãe de dois filhos, um de quatro anos e outro de seis meses, que assistiu “Yestarday” numa das sessões do CineMaterna.
 
Para a psicóloga Dorotéa Cristo, a iniciativa de encontros que oportunizem compartilhar experiências comuns, como a da maternidade recente, é importante, porque as mães passam pelas experiências, muitas vezes, de maneira solitária. Segundo ela, a própria amamentação ou dificuldade de amamentar pode ser sentida como algo prazeroso ou muito sofrido pelas mães.
 
“Acredito nos encontros como experiências de crescimento e formação de vínculos, que contribuem para a saúde mental dessas mulheres e para o fortalecimento dos vínculos, tanto com o seu bebê quanto com o novo grupo social que pode se afirmar a partir desses encontros”, observa a psicóloga, ressaltando que a necessidade do vínculo com o bebê nos primeiros meses também é algo que exige muito do aspecto emocional da mãe, que nem sempre recebe apoio dos seus pares.
 
A organizadora do CineMaterna em Belém, Jaqueline Silva, opina que o puerpério é uma fase delicada na vida da mãe e que existe um isolamento por conta das demandas da chegada do bebê. “O CineMaterna vem para quebrar esse isolamento, acolhendo as mães recém-nascidas em uma sessão de cinema diferenciada”, afirma.
 
Não há necessidade de inscrições para participar das sessões. Uma semana antes da sessão é feita uma enquete para a escolha do filme e são dadas cortesias para as 10 primeiras mães de bebês de até 18 meses. 
 
Para mais informações basta acessar o site (https://www.cinematerna.org.br/).

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