07/09/2020 às 15h49min - Atualizada em 07/09/2020 às 19h12min

O Mundo Policial Feminino no Brasil

As mulheres fazem parte da polícia desde 1950 e vem a cada dia mais conquistando esse espaço

Paulo Tamer

Paulo Tamer

Paulo Tamer é consultor de segurança, advogado e delegado aposentado com mais de 30 anos de experiência, além de colunista da sua área de atuação.

Paulo Tamer
Seplan PA
   
Ao longo dos anos, as mulheres policiais se superam cada vez mais na busca de seu espaço. Mesmo atuando num universo predominantemente masculino, elas conseguiram quebrar as velhas barreiras culturais no que diz respeito à natureza do seu ofício e fazem valer suas escolhas profissionais.

Há cerca de sessenta anos o Brasil conta com mulheres policiais, sendo a Polícia Militar do estado de São Paulo a primeira a inovar, a princípio só para serviços assistenciais, sem autorização para efetuarem deslocamento em viaturas com o fim de rondas ostensivas.

Foi na década de 1950 que passou o Brasil a fazer inclusão de mulheres na polícia, inicialmente na polícia militar, como estratégia de modernização de uma instituição eminentemente autoritária, que exercia o papel de força auxiliar do Exército até a nova ordem constitucional. O Estado de São Paulo foi o pioneiro na inclusão de mulheres na Polícia Militar, nos idos do ano de 1955, com a criação do Corpo de Policiamento Especial Feminino, porém, somente a partir da década de 1970, é que as demais policias militares passaram incorporar em suas tropas, policiais femininas; sendo o Paraná, o segundo estado a criar grupamento especifico ao ingresso de policiais femininas, entretanto esta abertura para o ingresso feminino nas fileiras policiais militares, não era pleno, e sim, circunscrevendo seu âmbito de atuação em espaço específico.

Mas ao longo dos últimos trinta anos é que passou ocorrer aumento substancial no quadro de policiais femininas, mais acentuado nas policias militares de todo o país, entretanto, apesar da Constituição Federal de 1988 ter vetado a descriminação com origem de sexo, o funcionamento das policiais reforça um papel social que supostamente estaria de acordo com a biologia do indivíduo; homem ou mulher, o que vem contribuir para uma relação desigual de gênero, alcançando seu ápice com o assédio sexual, com tendência de normalidade quando a vitima é uma mulher.

Os estudos demonstram que entre as décadas de 80 e 90, as mulheres policiais, na sua grande maioria, exerciam funções diferenciadas para sexo distinto, ou seja, eram alocadas em unidades específicas, ou seja, aqueles que não necessitassem de operações de patrulhamento; como por exemplo, aquelas que trabalham com jovens infratores ou que a vitima fosse mulher relativa a violência doméstica. Esta prática veio aos poucos se diluindo com o aparecimento da modernização da feminilização, entretanto sem qualquer tipo de planejamento como a mulher seria inserida em outros papeis da atividade policial, em meio ao aumento significativo da brutalidade criminal.

Como anteriormente as polícias eram exclusivamente masculinas, talvez seja difícil para os policiais masculinos, incluírem a mulher como igual no serviço operacional, lançando mão do discurso de proteção, terminando em reservar um lugar muito específico à suas colegas de labuta, o que faz reproduzir o padrão de gênero que reserva aos homens o espaço público e às mulheres o ambiente privado.

Com a capacidade de comunicação, técnicas de convencimento e a imagem materna, as mulheres conquistaram seu espaço no seguimento policial, além disso, a imagem humanitária e igualitária que a mulher traz, faz com que a sociedade se identifique e se relacione melhor.

Nos dias atuais, as mulheres se destacam como policiais, em todas as suas funções, delegadas, oficiais da polícia militar e tantas outras, sem que tenha deixado a feminilidade de lado, haja vista que mesmo quando exercendo suas funções, não abandonam sua vaidade, entretanto, isto não tira a autoridade e competência com que exercem a mesma.
 
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