14/07/2021 às 08h47min - Atualizada em 14/07/2021 às 08h47min

Da Euforia a Criminalidade

A iniciação ou primeiro contato com as drogas, esta, na curiosidade, influência de amigos, exemplos de familiares ou em traumas diversos.

Paulo Tamer

Paulo Tamer

Paulo Tamer é consultor de segurança, advogado e delegado aposentado com mais de 30 anos de experiência, além de colunista da sua área de atuação.

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Paulo Tamer
O tempo passa exigir mais, além do uso das substâncias, o dispêndio financeiro.(Foto:Divulgação/Instituto Crescer)
                                      
CID 10/F19:
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas e, ao uso de outras substâncias psicoativas.
 
ADICTO:  Dependente de: Submisso.
 
 
Quando delegado de polícia da ativa e, desenvolvia minhas funções lotado na Divisão de Combate a Narcóticos, muito me incomodava, mas tinha por obrigação cumprir com o dever para o qual prestei juramento, aplicar a lei contra jovens que comercializavam substâncias entorpecentes ilícitas, mesmo sabendo que dentro da hierarquia do comércio do narcotráfico, em nada representavam, ou seja, não produziam e nem tão pouco eram lojistas, mas diante do preceito legal, eram tidos como narcotraficantes. Fato que muito me incomodava e me fez aprofundar em pesquisas.

Busquei em algumas comunidades terapêuticas, entrevistar internos (adictos), aqueles que reuniam condições de franqueza e verdade, assim como os profissionais que os tratam e os acompanham.

Em todos, observei um linguajar comum, como se tivessem um idioma próprio; lombrado quando faziam uso da maconha, noiado quando faziam uso do mesclado, ou seja, quando fumavam a maconha misturada com a pasta a base de cocaína e, trincado quando faziam uso da cocaína, inspirando, porém o que mais chama atenção é que na sua grande maioria, a experiência com as drogas ilícitas, vem da adolescência.

A iniciação ou primeiro contato com as drogas, esta, na curiosidade, influência de amigos, exemplos de familiares ou em traumas diversos, entretanto em todos os casos, sempre cultivam o sentimento que não se tornariam dependentes químicos, adictos.

Com a frequência do uso, inicialmente em baladas, para relaxamento e, para alguns, com o fim de esquecer ou minimizar as lembranças de seus traumas, afirmam que com o tempo o organismo passou a reclamar a falta, pois quando o efeito das substâncias cessava, sobrevinha o medo, angústia e até depressão.

O tempo passa exigir mais, além do uso das substâncias, o dispêndio financeiro, pois o custo dessas substâncias é alto e a necessidade frequente do uso, faz com que esse dispêndio financeiro se torne incontrolável; aí sobrevêm o pior, a prostituição, o furto, o roubo e o tráfico.

Nossa pesquisa, nos proporcionou identificarmos que da euforia inicial que proporciona o uso das drogas ilícitas e, uma vez transformado o usuário em adicto, esse inicialmente busca a prostituição, ou mesmo se prostitui para manutenção financeira da necessidade do uso das drogas, porém sobrevindo as dividas com o lojista do trafico adicionado a necessidade orgânica do uso dessas substâncias e, por necessidade de sobrevivência passam furtar, roubar e até traficar, como transportadores ou mesmos vendedores, neste momento é que podem vir a ser presos e responder a processo criminal com base na lei de trafico vigente, passando assim a conviver com a escoria da sociedade e ser morador da pior escola do crime, que
são as casas penais brasileiras.
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