29/05/2023 às 08h57min - Atualizada em 29/05/2023 às 08h57min

Doação de leite materno: saiba quem pode doar e como salvar vidas em Belém

A doação de leite humano pode diminuir o tempo de internação de bebês prematuros.

Com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Igor Mota/O Liberal

A doação de leite humano pode diminuir o tempo de internação de bebês prematuros. A maioria das doadoras são mães que se unem aos bancos de leite espalhados por todo o país, fazendo com que essas "gotas de esperança” cheguem aos pequeninos. Uma causa tão importante não poderia passar em branco, e por isso, ganhou uma data especial para ser celebrada: o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, celebrado no dia 19 de maio, fazendo o mês todo ser dedicado a campanhas de estímulo a doações.


Cristina Picanço, de 34 anos, vivenciou na pele a importância dessa generosidade quando a primeira filha, Linda, nasceu prematura e precisou ficar internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na época, a neném recebeu doação do Banco de Leite Humano da Fundação Santa Casa do Pará (FSCMPA) para conseguir ganhar peso e imunidade.


“Ela ficou 21 dias internada por causa do baixo peso. Minha filha ter recebido a doação ajudou bastante no desenvolvimento dela. [A amamentação] era algo que eu fazia muita questão. À princípio, achei que não teria leite para doar por ter feito uma cesária de emergência, mas depois fui fazendo o estímulo e consegui amamentar. Ela recebia o meu leite e também de outras mães”, relembrou a microempresária do episódio que ocorreu em 2021.


Para Cristina, a filha ter recebido a doação de leite foi muito importante para o desenvolvimento dela. Afinal, o leite materno é um dos alimentos mais completos do mundo para uma criança. “Se a própria OMS recomenda que a gente amamente até os dois anos de idade, sendo uma criança prematura precisa ainda mais criar força”, complementou. 


Hoje em dia, Linda está prestes a completar dois anos de idade e continua sendo amamentado pela mãe Cristina. “Ela está super bem e não ficou com nenhuma sequela da prematuridade. O aleitamento materno também foi muito importante para alergia alimentar dela”, disse a microempresária. 


Cristina contou que não é mais doadora pelo fato de precisar conciliar a amamentação de Linda, e também da filha caçula, Laura, de oito meses de idade. No entanto, durante o tempo em que a bebê mais velha ficou internada, a microempresária disse ter ajudado como doadora de leite humano servindo de rede de apoio para outras mães. 


“No leito da minha filha, tinha um bebe que foi abandonado pela mãe, e a mãe dele não estava lá. Então, a gente, as outras mães, acabamos conhecendo outras situações. No caso da minha, eu estava doando para ela e para os outros também”, acrescentou.


Um ato que salva vidas


O leite materno é o único alimento natural que oferece inúmeras substâncias capazes de fortalecer o perfeito desenvolvimento da criança de forma física, emocional e imunológica.  Até os seis meses de idade, ele deve ser oferecido de forma exclusiva sem oferta de outros alimentos, trazendo inúmeros benefícios à criança.


No caso dos bebês prematuros, internados em Unidades de Terapia Intensivas (UTIS) neonatais,  a doação do leite materno pode ampliar as chances de vida e recuperação do baixo peso.  


Segundo a coordenadora do Banco de Leite da FSCMPA, a nutricionista Cynara Souza, no período de janeiro de 2023 o espaço recebeu 703 doadoras cadastradas no programa, que alimentaram cerca de 120 recém nascidos seja com leite humano ordenhado e pasteurizado bem como o da própria mãe do bebê.   


Quem pode fazer as doações?


A nutricionista Cynara Souza explicou que, todas as  mulheres que são liberadas pelas unidades hospitalares para alimentar os seus bebês podem ser doadoras em potencial.


Para ser uma doadora, a mãe precisa entrar em contato por meio do site da Santa Casa ou do Corpo de Bombeiros. “Nesse momento, elas recebem orientações de extração de leite e armazenamento adequado. Pode armazenar no congelador ou na geladeira identificando a primeira data de coleta e o horário que retirou”, explicou.


De acordo com a coordenadora do Banco de Leite, a Santa Casa realiza essas coletas junto com o Programa Bombeiros da Vida, que vão ao domicílio pegar frascos de leite e renovar os kits para que as doadoras consigam fazer novas extrações. “Ela pode doar até o período que achar que deve doar, ou seja, tempo indeterminado”, complementou Cynara. 


Ela informou que os bebês internados são liberados para serem amamentados quando a mãe está ausente ou ainda não consegue extrair das mamas todo o leite. O Banco de Leite da Santa Casa realiza o fornecimento desse leite humano pasteurizado para atender a dieta do recém nascido. 


“Algumas vezes essa mãe consegue atender uma ou duas mamadas. Às vezes, quando ela consegue atender 100% dizemos que ele está recebendo doação de leite exclusivo  que a própria mãe proporciona. Quando não consegue, entramos com o leite doado e ele recebe metade da mãe e a outra do  banco”, esclareceu a nutricionista. 


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