02/09/2019 às 15h04min - Atualizada em 02/09/2019 às 18h06min

Arie Halpern: preservação da biodiversidade é trunfo para salto tecnológico

Na biodiversidade tropical estão contidas, em várias frentes, possíveis tecnologias disruptivas cujas tendências vão mudar nosso cotidiano.

DINO
http://www.ariehalpern.com.br/computerworld-publica-artigo-preservada-amazonia-sera-uma-das-bases-da-4a-revolucao-industrial-de-autoria-de-arie-halpern/


A preservação das florestas tropicais, principalmente da Amazônia, a maior de todas elas, é fundamental para o futuro da humanidade por vários motivos. Dentre os principais estão a regulação do regime de chuvas, base para a pujante e competitiva agricultura das demais regiões do Brasil; a manutenção do carbono estocado, que de outra forma poderia ser dispersado na atmosfera em forma de gás, agravando o aquecimento global; e, o mais importante do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, pela preservação da biodiversidade, a mais rica experiência do universo conhecido.

A evolução de plantas e animais, que durante bilhões de anos se adaptaram para sobreviver e se reproduzir, criou uma diversidade espetacular que os habitantes relativamente recentes do planeta Terra, recebem como legado. A infinita sucessão de tentativas, erros, adaptações e acertos da seleção natural proporciona respostas que estão muito além da capacidade de cálculo de qualquer modelo de previsão que a humanidade possa sonhar em desenvolver. Na biodiversidade da floresta Amazônica estão as bases para futuras tecnologias disruptivas, aguardando pesquisas para torná-las realidade no dia a dia. Há, por exemplo, uma tendência global de pesquisas biomiméticas, nas quais equipamentos artificiais imitam procedimentos de animais e plantas desenvolvidos no longo processo evolutivo, além de outros vetores de desenvolvimento nas áreas farmacêutica, de alimentos ou como subsídio à própria agroindústria.

Os debates públicos na maior parte das vezes levam a uma falsa contradição entre a geração de riquezas e a preservação do ambiente. No entanto, esses termos só são assim postos porque deixam de lado o principal vetor que permite torná-los compatíveis: o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias. Para escapar desse falso impasse, entre desenvolvimento e preservação, é preciso um giro conceitual sobre a maneira pela qual se olha para esse imenso território, que basicamente cobre toda a porção norte do Brasil. E, a partir de então, percebê-lo como uma fonte inesgotável de conhecimento útil. "A 4ª Revolução Industrial tem como fundamentos a Internet das Coisas, a Inteligência Artificial e - como apontam todos os especialistas enfaticamente - a biotecnologia", destaca Arie Halpern, CEO da irlandesa Tonisity, economista e investidor de projetos de tecnologia disruptiva.

O modelo de ocupação da floresta brasileira a divide entre áreas de preservação, mantidas intocadas como ilhas, e outras que são liberadas para uma exploração pouco inteligente, normalmente associada à massiva perda de biodiversidade pela introdução de monoculturas ou pela formação de pastagens. Dessa maneira, a tendência é uma ocupação retalhada, que, no longo prazo, inviabiliza a própria sobrevivência da floresta como sistema complexamente integrado. Agora, portanto, é a hora de decidir se a opção é por um salto tecnológico, explorando o conhecimento sobre a floresta de uma maneira a mudar o nosso patamar de competitividade, ou seguir pressionando seus contornos por mais terras para um sistema agropastoril insustentável e com baixa produtividade, que nos deixará economicamente dependentes de produtos básicos para exportação.



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