17/02/2023 às 17h00min - Atualizada em 17/02/2023 às 17h00min

Governo utiliza Baía do Guajará como instrumento de reabilitação de pessoas

A terapia natural ocorre por meio da canoagem adaptada

Com edição da Redação Belem.com.br
Ag. Pará
São oferecidas três modalidades: canoagem com canoa havaiana, canoa caiaque e Stand Up Paddle (SUP). (Foto: David Alves / Ag. Pará)

                                                                                                                          
Além de promover o sustento de milhares de paraenses, a imensidão da baía do Guajará tem ganhado mais uma nobre função social: estimular a prática esportiva, cognitiva e intelectual de Pessoas com Deficiências (PcD's) em tratamento no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém. A terapia natural ocorre por meio da canoagem adaptada, que é conduzida pela equipe do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), que faz parte do setor de mecanoterapia.

A primeira edição do projeto chamado de “Meninos do Rio”, em 2023, ocorreu nessa quinta-feira (16). Nem mesmo o sol tímido desanimou os cerca de 20 usuários assistidos que participaram desta edição. O grupo integrava deficientes visuais, auditivos, físicos e intelectuais e seus acompanhantes.

Antes de iniciar a prática, às margens da Baía, seu Seu Luiz Otávio, de 71 anos, sentiu a agradável temperatura da água. O morador do bairro da Sacramenta conta que tem a visão baixa, por causa da degeneração macular da retina dos dois olhos. Mas essa condição não lhe impede de desfrutar de uma atividade que amplia seus movimentos e lhe aproxima da natureza. 

"Eu gosto muito dessa aproximação com o rio. Eu me sinto mais jovem. Lembra muito o meu interior, o município de Curuçá. Não é porque eu tenho uma deficiência na visão que vou parar a minha vida. Eu quero continuar, me exercitar ainda mais. Eu quero é viver", enfatizou seu Luiz.

São oferecidas três modalidades: canoagem com canoa havaiana, canoa caiaque e Stand Up Paddle (SUP), que originalmente se pratica o remo em prancha em pé, mas no CIIR, a prancha utilizada é adaptada e mede cerca de 2,30 m por 1,30 m, com uma cadeira de rodas em cima, conforme explica o educador físico e coordenador do projeto, João Rodrigues. 

"Aqui a gente não está apenas remando. Estamos reabilitando vidas. Aqui, além da interação social e o contato com a natureza, tem a melhora do cardiorrespiratório, ganho de equilíbrio. Aqui no Centro já passaram mais de 50 usuários desde a sua criação. É gratificante ver nossos alunos tendo contato com o rio e estão evoluindo através de um esporte", disse o especialista.

Uma das mais novas integrantes do grupo, Iandra Roberta dos Santos, de 20 anos, tem Transtorno do Espectro Autismo (TEA). Sua mãe, dona Rosa Mariana, diz que a filha teve relevante melhora após o início do tratamento natural. "A canoagem tem uma importância gigante. Como TEA, ela tem muita dificuldade de interação social. Após se ambientar, processo que foi difícil, mas hoje ela diz que é o único esporte que ela gosta de praticar. Eu só tenho a agradecer ao Governo do Estado. Hoje ela abraça algumas pessoas, coisa que ela não fazia. A canoagem só trouxe ganhos", disse emocionada a moradora da ilha de Outeiro, em Belém. 


Estrutura

O Centro é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do CIIR por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município que, por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado, conforme perfil do usuário, pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).   

Serviço

O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59. 


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