26/08/2019 às 21h50min - Atualizada em 26/08/2019 às 21h50min

O Re x Pa e a paixão que move os paraenses

Clássico é um dos mais jogados e disputados no mundo, desde 1914, quando aconteceu a primeira partida

Portal Belém
Seja por que campeonato for, o clássico Remo e Paysandu é sempre muito esperado e prestigiado pelo torcedor paraense (Foto: Maycon Nunes, da Agência Pará)
Futebol: palavra simples que surgiu no século XX destinada à brincadeira de chutar bolas, desde então adotada como jogo oficial e paixão mundial. No Brasil, a modalidade arrasta multidões e, no Pará, não poderia ser diferente. O amor pelos dois maiores clubes da região é levado tão a sério que a expressão “atravessar a almirante barroso”, comumente usada numa referência aos dois estádios dos clubes, o Remo e o Paysandu, é usada, também, para quem muda de time na região. Pode-se trocar de casa, de trabalho, de maridos ou namorados, mas a paixão por Remo e Paysandu não é opção de mudança para o paraense. 
 
“RexPa” é o nome dado ao maior clássico de futebol da região Norte do Brasil, que acontece entre Remo e Paysandu, cuja redução dos nomes dá origem à expressão RexPa. O clássico possui o título de maior número de vezes jogados: ao todo foram 749 jogos, resultando em mais de 1899 gols. Em 2016, o tradicional jogo foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará pela Organização das Nações Unidas para Educação, a ciência e a Cultura (Unesco), que qualificou a disputa como expressão cultural do povo paraense.
 
Para a aposentada Maria da Silveira Lima, de 78 anos, o clássico é muito mais do que um simples jogo de futebol. Relembra a sua infância e o amor que dividia ao ir ao estádio com seu pai. “Cresci nos estádios, nem consigo lembrar a primeira vez que pisei no Mangueirão, sei todos os hinos, canto, grito, torço. Ensinei aos meus filhos e hoje ensino aos meus netos tudo que aprendi com meu pai”, relatou a torcedora do clube do Remo.
 
“Ser bicolor está no sangue, nascemos com essa paixão e os jogos são parte de nós. O RexPa é nossa maior expressão de alegria”, assegura Mário Oliveira, de 58 anos. “Estou em todos os jogos desde que posso me lembrar, o paysandu está na minha vida desde que nasci e  minha família inteira é bicolor, com exceção do meu neto, que sempre vem junto até a entrada do mangueirão e atravessa o estádio para o lado A, o lado do Remo, mas essas coisas diferentes é que fazem o amor ao futebol e ao RexPa serem tão importantes”, frisou.
 
O primeiro RexPa aconteceu em 14 de julho de 1914, pelo campeonato paraense de futebol. O mais recente foi neste 25 de agosto de 2019, no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, em Belém. A partida, que terminou empatada em um a um, valia a classificação para a segunda fase do campeonato brasileiro da série C. Por uma combinação de resultados, o Paysandu avançou e o Clube do Remo foi eliminado do campeonato.

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