10/05/2023 às 06h17min - Atualizada em 10/05/2023 às 06h17min

Depois de 22 anos, médico que retirou ilegalmente órgãos de Paulo Pavesi é preso

Álvaro Ianhez, de 76 anos, condenado a 21 anos e 8 meses por homicídio duplamente qualificado pela morte de Paulo Pavesi de 10 anos, em Poços de Caldas

Com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Reprodução

O médico Álvaro Ianhez, de 76 anos, foi preso nesta terça-feira (9), em Jundiaí, interior de São Paulo. Ele é responsável pelo homicídio duplamente qualificado de Paulo Pavesi, um menino de 10 anos, morto em 2000 em Poços de Caldas, em Minas Gerais. A justiça já o havia condenado a 21 anos e 8 meses de prisão. 


O pedido resultou de uma autuação conjunta dos Centros de Apoio Operacional do Ministério Público Criminal (Caocrim) e dos Ministérios Públicos de Minas Gerais e São Paulo. Ianhez havia sido condenado em 19 de abril de 2022, e teve o pedido de liberdade sob fiança negado devido à gravidade do crime. O médico chegou a ser transferido para a cidade de São Paulo para ficar à disposição da justiça. 


O Departamento Penitenciário de Minas Gerais cuidará da transferência do preso para um presídio estadual. Em 2021, outros dois médicos também foram condenados a 25 anos de prisão pelo mesmo caso, enquanto um terceiro foi absolvido. Ianhez havia entrado com recurso no STF para suspender a liminar que impedia o cumprimento imediato da pena, que foi negado, e acabou preso. A defesa alega que ele tem o direito de aguardar o recurso em liberdade, mas a Justiça determinou sua prisão imediata.


Entenda o caso 

O Caso Pavesi chocou o Brasil em 2002. Na época, os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado de Paulo Veronesi Pavesi, um garoto de apenas 10 anos.


Segundo a Justiça, os médicos foram responsáveis ​​por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos do garoto após ele cair de uma altura de 10 metros no prédio onde morava. Ainda de acordo com as considerações, o exame que atestou a morte cerebral do garoto teria sido forjado e ele estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.


Embora os quatro médicos neguem qualquer irregularidade tanto nos exames quanto na retirada dos órgãos, o caso foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte em agosto de 2014, a pedido do Ministério Público, com o objetivo de evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.


O caso Pavesi tem gerado intensos debates acerca da ética médica e da responsabilidade dos profissionais de saúde em situações delicadas como esta. O julgamento, que deve ocorrer em breve, deverá trazer respostas e ajudar a evitar que tragédias como essa voltem a acontecer.


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