16/05/2023 às 12h28min - Atualizada em 16/05/2023 às 12h28min

Companhia de dança em cadeira em rodas transforma a vida de crianças e adolescentes através da arte

'Do Nosso Jeito Kids' leva empoderamento e inclusão para crianças e adolescentes através da dança artística esportiva em cadeira de rodas

Com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Armando Lima Junior/Divulgação

A companhia 'Do Nosso Jeito' realiza um trabalho de dança artística em cadeira de rodas e a paradança, que é a modalidade esportiva. O grupo é formado por pessoas em cadeiras de rodas e andantes que celebram a arte e o esporte através da inclusão. Desse projeto, nasceu o 'Do Nosso Jeito Kids', um projeto sem fins lucrativos que incentiva as crianças nas mesmas modalidades.

O grupo é filiado à Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas e promovido pela Fundação Cultural do Pará (FCP), tendo como ponto de partida o Núcleo de Oficinas Curro Velho. Hoje em dia a companhia representa o Pará em competições nacionais e o Brasil em internacionais.


Com direção artística de Thays Reis e Ricardo Reis, o projeto começou com apenas um casal de dançarinos adultos, contando com um cadeirante e uma andante. "O projeto cresceu, ganhou um corpo interessante, então começamos a ter coreografias que atendiam o constexto artístico e e competitivo", explica Ricardo.


A equipe infantil foi montada em 2021, no período pós pandemia, por conta de bailarinos que começaram a pedir e mães de crianças em cadeiras de roda que procuravam o projeto. "Nós começamos com apenas três crianças, depois passamos para seis, crescendo sem parar. Hoje em dia, estamos com nove crianças, bailarinas lindas, usuárias de cadeiras de rodas que já participaram de competições a nível nacional", conta.


A companhia de paradança conta com apoio da Fundação Cultural do Pará (FCP), Secretaria de Esporte e Lazer (SEEL) e da Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer (SEJEL). Apesar do apoio, a companhia ainda precisa arrecadar fundos para arcar com as despesas dos campeonatos na modalidade adulta. "O apoio pode parecer muito, mas ainda é pequeno por conta das despesas que tem para chegar na competição de Tóquio. O custo gira em torno de R$ 14 mil, para custear inscrições, passagens aéreas, hospedagens, alimentação, transportes, além de toda condição necessária para ter essa mobilidade", destacou.Já na modalidade infantil não é diferente. O grupo planeja participar novamente do Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva que acontecerá este ano. Em 2022, a competição aconteceu em Poços de Caldas, em Minas Gerais, e a companhia conseguiu levar seis crianças para competir. Este ano, o desafio é levar as nove crianças para se apresentar.


Sthefane Motta, de 15 anos, é atleta bailarina e participa do grupo Do Nosso Jeito Kids. Ela participou do campeonato no ano passado, conquistando os títulos de Single Conventional e Single Freestyle, onde fez uma apresentação ao som do carimbó de Dona Onete. A mãe de Sthefane, Elizabete Motta, conta da emoção que sentiu ao ver essa conquista da filha.


“Foi um momento de muita emoção! Foi a primeira viagem de avião dela e foi também a primeira vez que passei quatro dias longe da minha caçula", relembra a mãe. "São em momentos como esses que passa um filme na nossa cabeça de toda a trajetória de vida dela, desde o nascimento, quando era tudo incerto".


Este ano, o grupo musical infantil Balada Kids lançou uma música "Sou Igualzinho a Você", que aborda de forma educativa a igualdade e inclusão. A Cia Do Nosso Jeito Kids foi convidada para participar da gravação do videoclipe, gravado no parque do Mangal das Garças e na sede da Fundação Curro Velho. Sthefane também fez sua participação, emocionando ainda mais sua mãe. "Chorei litros", brincou Elizabete.


Apesar de ser um processo desafiador, o projeto está crescendo cada vez mais e atingindo suas metas. "Nosso objetivo é levar empoderamento para as pessoas e mostrar que elas podem alcançar mais que simples coreografias e medalhas, que elas podem alcançar as pessoas e fazer elas entenderem seu potencial", diz Ricardo. "Além de desenvolverem habilidades diferenciadas, que só pessoas que utilizam cadeira de rodas são capazes de ter", conclui.


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