01/09/2020 às 10h36min - Atualizada em 01/09/2020 às 10h36min

Preocupação dos pais marca o retorno presencial das aulas

Desde o dia 18 de março, o ensino presencial estava com as aulas suspensas

Marcus Passos
Com edição do Belém.com.br
Até o final do mês do mês de setembro, ficam permitidas a lotação máxima das salas. (Foto: Rai Pontes/Ascom Seduc)
   
Hoje, 1 de setembro, marca o retorno das aulas presenciais das instituições de ensino no Pará. Apesar da autorização do governo estadual, a retomada das atividades está cercada de apreensão por parte dos pais. Desde o dia 18 de março, o ensino presencial estava com as aulas suspensas.

 
"A sensação é de medo", descreve a professora Elizabeth Ferreira. Mãe de uma adolescente de 15 anos, ela revela preocupação com o retorno da filha para a sala de aula. "Minha indiginação é que a escola não fez um questionário sobre qual era o posicionamento dos pais. Isso deixa a gente apreensivo. Além disso, fica a dúvida se os protocolos e equipamentos vão estar disponíveis", afirma.
 
Entre as regras para o retorno das atividades presenciais estão o distanciamento de no mínimo um metro entre as carteiras; horários diferenciados de entrada, intervalo e saída; e protocolo de higienização obrigatório, como o uso de máscara, álcool em gel, lavagem das mãos e medição de temperatura.
 
Mesmo com os riscos de contaminação, a pedagoga diz que a própria filha já manifestava a vontade de voltar às aulas presenciais. “Uma das queixas dela era sobre o ensino remoto ser cansativo demais e não ter uma metodologia de fácil aprendizado. Minha preocupação é não saber como vai ser o comportamento dela no núcleo escolar longe de mim”, diz  Elizabeth Ferreira.
 
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), 18,1 mil crianças tiveram covid-19 no Pará. Desses, 68 foram a óbito entre 1º de março e 25 de agosto. Por conta desse cenário, as instituições devem continuar oferecendo a alternativa do ensino remoto, caso haja interesse por parte dos alunos.

“Não quero que minha filha seja vetor de contaminação”. Esse é um dos argumentos da pesquisadora Cris Guimarães para não permitir que a filha de 15 anos retorne para as aulas presenciais. Segundo uma pesquisa feita pela própria mãe, dos 32 estudantes da turma de ensino médio da filha, 26 já manifestaram o desejo de retomar as atividades de forma presencial.
 
“Faltando três meses para terminar o ano, não é viável correr esse risco. Eu já tive covid e tenho uma mãe que está no grupo de risco. Então, não quero que minha filha seja uma multiplicadora do vírus para a minha família. Se até o momento estavam no ensino remoto, por que não continuar? Subestimar que a pandemia já acabou é mais perigoso”, justifica Cris Guimarães. 
 
Por conta dos riscos de infecção, as instituições devem criar uma sala de acolhimento para atender estudantes que apresentem sintomas da covid-19. Se for detectado o quadro viral em casa, os pais devem comunicar a escola e não permitir a ida do aluno ao ambiente escolar. Nos dois casos, a Secretaria de Estado de Saúde Pública deve ser comunicada do ocorrido em até 24h.
 
Calendário
 
O governo do Pará elaborou um documento sobre o retorno das aula presenciais listando três possibilidades de calendários, considerando as faixas etárias dos estudantes. Para o Ensino Infantil e Fundamental, com base na capacidade física e estrutural das salas de aula, em 1º de setembro, 25% de ocupação; em 8 de setembro, 50%; em 22 de setembro, 75%; e em 29 de setembro, 100% da lotação.
 
Para escolas de Ensino Médio, o cronograma estabelece 50% de ocupação no dia 1º de setembro; 75% no dia 15 de setembro; e em 29 de setembro 100%. Para o Ensino Superior ainda não foi elaborado um calendário de retorno.
 
Para as instituições com todos os ciclos de ensino, o cronograma será mais específico. Ensino Médio e o Ensino Infantil têm prioridade e voltam com 25% da capacidade em 1º de setembro e 50% no dia 8 de setembro. Para o Ensino Fundamental, 25% retornariam dia 8. Os três ciclos voltam com 50% da capacidade em 15 de setembro. Nos dias 29 de setembro e 6 de outubro, respectivamente, 75% e 100%, para todas as salas.

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