Nas aulas, os alunos aprendem técnicas de baquetas, concentração e atenção. (Foto: Reprodução/Mass Media)
Nem a pandemia da covid-19 impossibilitou a magia da musicalidade no Rio de Janeiro. A Bateria do Instituto TIM, composta por pessoas com algum tipo de deficiência, como surdez, autismo e Síndrome de Down, aproveitou os recursos das redes para continuar as atividades. Durante o período da pandemia, o grupo de 50 ritmistas manteve os ensaios à distância por meio de encontros on-lines e videoaulas.
Liderado pelo Mestre Mangueirinha, da Unidos de Vila Isabel, e pelo músico Rubens Kurin, coordenador do projeto, o conjunto se reunia no Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca. Com o isolamento social, os ensaios passaram a ser pela internet. Nas aulas, os alunos aprendem técnicas de baquetas, concentração, atenção, percepção e princípios básicos de ritmo, tempo e andamento.
Para os alunos surdos, a Bateria do Instituto TIM conta com intérpretes da língua brasileira de sinais (libras). “O projeto tem uma incrível capacidade de inclusão que a música proporciona. Vimos alunos que tiveram melhora no desempenho escolar depois de participarem de atividades em grupo. Outros ficaram mais disciplinados e focados, prestando mais atenção, porque é necessário dar ouvido ao outro, saber a hora de entrar e sair quando se toca em conjunto”, explica o coordenador do projeto, Rubens Kurin.
Nas apresentações da Bateria, o repertório conta com clássicos da MPB, sambas, marchinhas e canções de roda infantis. “Cada um ali é diferente e tem o seu tempo e o seu jeito. Você precisa conhecer e respeitar isso, saber o que é interessante para eles, conversar com os pais e descobrir como é o convívio deles com a música em casa. Não há deficientes aqui. Todos são músicos aprendendo música para se apresentar. É uma troca bem prazerosa. Mais do que ensinar, aprendo muito com eles”, diz Mestre Mangueirinha.