12/11/2021 às 12h00min - Atualizada em 12/11/2021 às 12h00min

Saiba como escrever uma redação nota 1000 no Enem 2021

Professor dá dicas para quem está na reta final para o exame

Camila Guimarães
Equipe Belem.com.br
A Redação está prevista para o 1º dia de prova, 21 de novembro. (Foto: Divulgação/MEC)

                          
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a principal porta de entrada no Ensino Superior para os mais de 3 milhões de inscritos na edição de 2021. Entre as etapas do exame, a Redação é uma das mais importantes, pois corresponde a uma das cinco notas gerais da prova. Confira algumas dicas de um professor especialista na área para elaborar uma boa redação no próximo dia 21 de novembro.

Observar os critérios de avaliação

Segundo o professor de Língua Portuguesa, Celso Flexa, dos cursinhos Exemplo, Elite e Hertz, é importante que os alunos fiquem atentos aos critérios de avaliação da redação do Enem. Eles são, justamente, o que os avaliadores vão levar em conta na hora de pontuar sobre o texto. Cada critério pode receber notas que vão de 0 a 200 pontos:

- Conhecimento e domínio da língua portuguesa;


- Coerência das informações apresentadas;

- Capacidade de atender ao formato e à proposta da redação;

- Organização de ideias e argumentos;

- Proposta de intervenção para os problemas com base nos direitos humanos.

Segundo o docente, o primeiro critério com o qual o aluno deve se preocupar é a coerência, pois é por meio dela que ele vai fundamentar as ideias e formular as argumentações. “O aluno também deve se preocupar com a coesão, que é a parte da Língua Portuguesa que se volta para a organização do texto. O estudante não pode deixar frases ambíguas, através de uma má pontuação, de uma má colocação de pronome etc. Às vezes até uma crase ou outra acentuação pode provocar uma mudança de sentido”.

Celso Flexa chama atenção ainda para critérios básicos, como a escrita correta das palavras e domínio da Língua Portuguesa: “Hoje a gente percebe que quase não há redações com nota mil e isso se deve, em grande parte, por causa dos desvios da norma culta, mesmo em textos com bons argumentos e propostas de intervenção. Então, eu destaco esses três itens para o aluno não perder de vista: a coerência, a coesão e a norma culta da Língua Portuguesa”.

Seguir o gênero textual e propor uma intervenção

Segundo o professor, o aluno precisa conhecer bem o gênero textual da prova, que é o dissertativo-argumentativo. Portanto, o estudante precisa assumir um posicionamento crítico bem fundamentado, dentro do tema da redação.

"O texto dissertativo-argumentativo é aquele que tem o poder de persuadir o leitor, para isso, é necessário ter argumentos lógicos consistentes. A gente espera que o aluno tenha condições de se posicionar diante de um tema e que ele tenha argumentos suficientes para provar que a tese dele é a melhor do mundo”, comenta o professor Flexa.

O texto argumentativo também está relacionado com um dos critérios de avaliação da prova, que é a proposta de intervenção para o problema apresentado no tema. O professor orienta como o aluno pode fazer isso na escrita:

"
É como se ele estivesse diante de uma banca, provando que a ideia dele é a melhor para solucionar um problema. Isso só é possível se ele tiver um repertório sociocultural forte, em que ele possa apresentar causas, consequências, dados estatísticos, conhecimentos das leis, da Constituição etc. O aluno deve oferecer uma análise do quanto o problema pode ser resolvido, de que forma e por quem - que é a proposta de intervenção. Não adianta o aluno saber mostrar o problema e não saber apontar quem pode e como solucioná-lo”.

Defender uma posição sem ser opinativo

O professor Celso Flexa salienta um cuidado específico que o aluno deve tomar na hora de desenvolver a argumentação dentro do texto, que é saber se posicionar sem ser pessoal, afinal, a redação discorre sobre assuntos de interesse social. Para isso, o professor dá dicas: 

“O estudante não pode dizer ‘na minha opinião’, ‘eu acho’, ‘eu penso’. Ele também deve evitar expressões na primeira pessoa do plural: ‘nós sabemos’, ‘na nossa sociedade’. Existem formas de se expressar utilizando, por exemplo, ‘é notório’, ‘sabe-se’, ‘é perceptível’, ‘nota-se’, sem que o aluno não se inclua pessoalmente. Mesmo sabendo que é um texto argumentativo, ele não deve ser em primeira pessoa”.

Para evitar que o participante do exame corra o risco de zerar a prova, o professor destaca uma dica imprescindível. “O aluno precisa saber se posicionar na hora de emitir o senso crítico, sem ferir nenhuma autoridade, religião, direitos humanos etc. Para isso, é preciso ser sensato, usando fundamentos lógicos, provados, sem ser grosseiro”, alerta.

Estar preparado para qualquer tema

Talvez um dos principais fatores de nervosismo relacionado à redação do Enem seja a revelação do tema, afinal, é algo que o aluno só tem acesso na hora da prova. Mas, de acordo com o professor Flexa, é possível estar preparado mesmo nessas condições.

“Ter uma boa preparação para um assunto desconhecido é uma questão de pesquisa. Fazer pesquisas abertas, ficar atento às redes sociais, buscar dados sobre os assuntos em voga, etc. Se o aluno pesquisar pelo menos três assuntos por semana, ele vai chegar às vésperas da prova com um repertório imenso de dados que poderá usar para a sustentação do texto”, garante.

Para saber o que pesquisar e sobre quais assuntos ficar de olho, o professor indica as seguintes orientações: "ao assistir a um filme, uma série, ouvir uma música da atualidade, o aluno pode observar a temática central do conteúdo e ver de que jeito ela se relaciona com a realidade e aplicar em um tema de redação. Hoje, eu acho bem difícil um aluno não ter noção nenhuma. Mesmo pelo celular, ele pode, por pelo menos uma hora, ficar por dentro dos assuntos, até mesmo nas mídias sociais, observando o contexto dos ‘cancelamentos’, manifestações de preconceitos, etc”.

Não fugir do tema da redação

Segundo o professor Flexa, um risco que o aluno não deve correr na hora da redação é ir além do tema proposto pela prova. Isso invalidaria todos os esforços anteriores, afastando o estudante da tão sonhada nota 1000.

“É necessário que o aluno se atente às limitações de cada tema. Por exemplo, em uma temática de violência contra a mulher, geralmente não é pedido que se fale tudo sobre violência, mas que o aluno se foque nos caminhos para resolver o problema colocado. Quando foi discutido o cinema brasileiro, eles queriam saber apenas se houve a democratização do cinema brasileiro ou não. Então, é necessário que o aluno se atente a essa delimitação e se aprofunde nesse ponto”.

Dicas gerais

Com base nas orientações do especialista, outras dicas são importantes ter em mente para uma boa redação no Enem, confira:

- Usar entre uma hora e uma hora e meia do tempo de prova para terminar a redação;

- Corrigir erros de escrita ao passar a redação a limpo, observando principalmente repetição de palavras e pontuações;

- Fazer bom uso das conjunções para criar as conexões certas entre os períodos e parágrafos;

- Desenvolver a conclusão do texto, deixando claro quem pode resolver o problema (pelo menos dois agentes sociais), o que pode ser feito e de que forma.


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