05/04/2022 às 09h51min - Atualizada em 05/04/2022 às 09h51min

Disco de Vinil, uma paixão que move o coração de seus colecionadores

Em Belém, há alguns adeptos do vinil

Rosa Borges - Redação Belem.com.br
O disco vinil é uma paixão para algumas pessoas. (Foto: Divulgação)

                                                                                                     
A paixão por discos de vinil não é tão incomum como se pode pensar. Na relação de colecionadores desse tipo de mídia de reprodução musical, temos diversos profissionais, desde DJs a Chefs de Cozinha. Em Belém, por exemplo, para adquirir os famosos LPs (Long-player) desenvolvidos na década de 1940, é só dar uma chegada em São Brás e procurar a Loja Nando Vinil, do Fernando Cassiano, que trabalha comercializando esse produto há quase 40 anos.

“Meu pai, seu Cassiano, tinha a aparelhagem Centenário, que tocou até 1985, quando começamos a vender os discos aqui em São Brás. Hoje temos clientes de todas as idades. A nova loja, em estilo retrô, abre de segunda à sábado, o dia todo, para atender nosso público”, relata.

A utilização do disco de vinil é constante para o DJ Silvinho Vinil. O LP faz parte da rotinha de trabalho, uma vez que a aparelhagem onde atua, a Mauro Som Retrô, não utiliza nenhum outro tipo de mídia, somente discos de vinil, um acervo de quase quatro mil unidades. Segundo ele, o som desse tipo de mídia é mais original e apreciado pelos frequentadores dos famosos “Bailes da Saudade”.

Estamos há dois meses e meio no mercado de aparelhagem, tocando todo final de semana em Bailes da Saudade, para quem gosta das músicas do passado. A ideia é resgatar o estilo das aparelhagens de épocas passadas, por isso só usamos disco de vinil. Hoje as aparelhagens estão cercadas de muita tecnologia, então a ideia de trabalhar com o vinil é valorizar e trazer de volta aqueles momentos nostálgicos das aparelhagens de antigamente”, reforça.

“Temos uma equipe de cinco DJs que executam os bailes só com vinil: DJ Rever, DJ Cris, DJ Mauro, DJ Rafael, e eu, mas no início do projeto a gente só tinha o toca-discos e alguns discos de vinil. Hoje temos uma das discotecas mais completas, são aproximadamente quatro mil peças de vinil”, contabiliza.

Narinha Tabosa é Chef de Cozinha, mas uma de suas paixões é a coleção de discos de vinil que tem em casa, são cerca de cinco mil.

“Mantenho muitas coisas da minha infância e da minha adolescência, entre elas os discos em vinil, que marcam uma fase maravilhosa da minha vida e eu guardo e uso. Na sala de casa não tem televisão e sim uma vitrola e meus discos. Na verdade, tenho duas vitrolas, a outra fica no meu quarto e meus amigos quando vão em casa, eles ouvem música no vinil e a coleção é bem vasta, vai de música paraense, infantil, mpb, trilhas de novelas e vinis raros também”, relata. 

A paixão pelos discos é compartilhada com o esposo. Ele possui discos raros, que estão na casa da sogra, porque na cada deles já falta espaço. “Nós cuidamos deles como se tivéssemos comprado tudo ontem”, explica.

O conhecido jornalista que faz crítica musical, Edgar Augusto, diz que já foi um grande colecionador de discos de vinil, mas aos poucos foi se desfazendo deles. “Eu tinha aproximadamente uns cinco mil LPs. Hoje devo ter uns 200. Conservo os estrangeiros, que possuem uma qualidade técnica bem superior aos nacionais e por conta do apego sentimental mesmo. Aos poucos fui me adaptando aos CDs, que ocupam menos espaço”, descreve o colecionador, que não poupa elogios aos discos estrangeiros.

“Eu sempre colecionei discos, desde garoto. Eu usava muito o gramofone de meus avós e meu pai tinha um toca-disco que era um verdadeiro móvel de sala. Eu ouvia muito nesses aparelhos. Depois vieram as vitrolas com som estéreo, mas o uso constante dos discos acabava danificando-os  estes começavam a empenar”, lembra.


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