06/04/2022 às 14h17min - Atualizada em 06/04/2022 às 14h17min

Venda de biscoito ajuda no tratamento de criança com fissura labiopalatal

A disfunção é conhecida também como "lábio leporino"

Rosa Borges - Redação Belem.com.br
A mãe de Miguel criou formas com os rostos que simbolizam as pessoas com "lábios leporinos". (Foto: Arquivo Pessoal)

                                                                                
O nascimento de Miguel Mota trouxe, em 2014, uma grande surpresa para a mãe Thatyana Mota. O menino apresentava fissura labiopalatal bilateral, uma separação nos lábios, que requer cirurgia. 

No Brasil, um a cada 550 bebês já nasce com essa fissura, causada pela junção inadequada dos dois lados da face, ainda no útero materno. 

“Na época, não tivemos a oportunidade de nos preparar nem financeiramente nem emocionalmente para lidar com a fissura labiopalatal do Miguel, já que descobrimos apenas no parto”, relata a mãe.

O menino iniciou seu tratamento em Bauru, São Paulo, onde está localizado o Centrinho HRAC USP, que é referência, na América Latina, em anomalias crânio-faciais.

Thatyana Mota relata que, apesar de atenderem pelo SUS, o custeio de traslado, permanência em São Paulo, remédios e terapias era todo por conta da família.

Miguel já realizou alguns tratamentos para amenizar as sequelas da disfunção. (Foto: Arquivo Pessoal)

Miguel já realizou alguns tratamentos para amenizar as sequelas da disfunção. (Foto: Arquivo Pessoal)



“Conseguimos viajar com a ajuda de muitas doações, rifa, festa, e diversos eventos que fazíamos para levantar recursos. Ninguém estava preparado para essas despesas com tratamento de saúde”, disse.

Em 2017, diante da necessidade de realização de outra cirurgia, a filha Ana Luísa deu a ideia de se criar um biscoitinho e vender para arrecadar mais recursos.  A mãe assegura que foi “um sucesso” e que “até hoje os biscoitos custeiam os tratamentos de saúde do Miguel”, complementa.

Foi aí, que da união de algumas famílias, surgiu a Associação Sorrisos Largos, que dá apoio aos familiares e fissurados. “Graças ao empenho de muita gente boa, conseguimos mudar a realidade do atendimento aqui, e hoje muitas famílias não têm mais vergonha de mostrar os sorrisos de suas crianças”, descreve a mãe de Miguel.

Hoje, a família de Miguel aguarda o agendamento da cirurgia de enxerto ósseo, que deve acontecer até julho deste ano. 

“Por ser uma cirurgia de grande porte e recuperação longa, estamos bastante inclinados a realizá-la aqui em Belém. Mas, isso não significa que não teremos custos. Então, reiniciamos a campanha com a meta de venda de 2.809 potes de biscoitos. Até o momento vendemos cerca de 700 potes”, informa Thatyana Mota.

Miguel e a família reunidos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Miguel e a família reunidos. (Foto: Arquivo Pessoal)



A mãe comemora a mobilização de muitas pessoas em prol do tratamento do Miguel. “Nunca imaginamos que a repercussão seria essa. Nesse último mês, as vendas impulsionaram bastante graças ao apoio do Instituto Pensando Bem (APB), que abraçou nossa causa com toda dedicação e está vendendo os biscoitos também”, explica.

Thatyana conclui seu depoimento, acrescentando que o filho veio com a missão de agregar e espalhar amor. “É curioso como uma coisa que nasceu separada (fenda labiopalatina), tem o poder de unir tantas pessoas. O carinho que recebemos, em sua maioria de desconhecidos, nos conforta e nos encoraja a seguir em frente.  Acho que uma das lições mais relevantes é a humildade, reconhecer que nem tudo está no nosso controle, que precisamos aceitar sim a ajuda de qualquer pessoa e isso aumenta a nossa fé em Deus e no mundo”, finaliza.

Serviço

Para quem estiver interessado em adquirir os potes de biscoitos caseiros e ajudar no tratamento do Miguel é só entrar em contato pelo WhatsApp  (91) 982968428. Você pode também acessar o Instagram .


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