O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é celebrado anualmente em 26 de maio. A data foi instituída pela Lei nº 10.456/2002 para destacar a importância de um acompanhamento oftalmológico adequado como forma de prevenir e tratar a doença que atinge cerca de 2% da população com mais de 40 anos em todo mundo, o que representaria cerca de 3 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Porém, a estimativa é que 65 milhões de pessoas tenham glaucoma, sendo esta doença a maior causadora da cegueira irreversível no mundo.
Segundo o Relatório Mundial sobre Visão, publicado pela OMS, em 2040 haverá 111,5 milhões de pessoas sofrendo de glaucoma no planeta. Existem muitas pessoas que desconhecem que têm a doença e muitos casos que podem ser evitados.
Em Belém, durante toda a próxima quinta-feira, 26, uma clínica irá oferecer ações e informações sobre o glaucoma e suas formas de prevenção e também de tratamento. Além dos avisos, um lanche de integração será oferecido aos convidados e pacientes que estiverem no local.
O glaucoma é uma doença crônica que atinge o nervo óptico, estrutura responsável por conectar o que o olho enxerga com o cérebro para formar a visão. A pressão intraocular, suficientemente elevada, lesiona o nervo óptico progressivamente e, infelizmente, não é possível recuperar as partes do nervo que foram lesadas. Assim, o glaucoma não tratado corretamente pode levar a perda permanente da visão. O processo é lento e pode progredir durante anos, até que surjam os primeiros sintomas.
Um dos principais fatores de risco associado ao desenvolvimento do glaucoma é o histórico da doença na família, mas, há outros fatores: etnia africana (para glaucoma de ângulo aberto) ou asiática (glaucoma de ângulo fechado), idade acima de 40 anos e presença de miopia em graus altos. É muito importante que toda pessoa que faz parte do grupo de risco realize o acompanhamento médico oftalmológico.
Tipos de glaucoma:
Glaucoma primário de ângulo aberto
Este é o tipo mais comum dos glaucomas. Um problema no sistema de drenagem interno do olho faz com que a pressão intraocular fique suficientemente alta, com a consequente lesão do nervo óptico. Evoluem, geralmente, de maneira lenta e progressiva, e os pacientes normalmente não percebem nada de errado com a visão.
Glaucoma de ângulo fechado
Este é o segundo tipo mais comum, em que ocorre uma obstrução da abertura do sistema de drenagem do olho. Esta obstrução pode ocorrer de maneira rápida e extensa, resultando num aumento súbito da pressão intraocular, dor forte, enjoo e visão turva. Esta situação mais grave é chamada de glaucoma agudo, mas felizmente representa uma pequena parte dos casos de glaucoma de ângulo fechado. A maioria evolui de maneira mais lenta e sem sintomas.
Glaucoma congênito
Este tipo afeta bebês e crianças pequenas e é resultado de um erro na formação do sistema de drenagem do olho, causando o aumento da pressão intraocular logo ao nascimento ou nos primeiros meses de vida. Os sinais de alerta são um olho grande e sem brilho, lacrimejamento, grande sensibilidade à luz, que faz com que a criança fique com as pálpebras bem fechadas em ambientes muito iluminados.
Glaucoma secundário
Quando o glaucoma ocorre por algum outro fator que leva ao aumento da pressão intraocular, como trauma, uso de medicação a base de corticoide, tumores, inflamações, hipertensão arterial e diabetes.
Sintomas
Embora tenha diferentes tipos e manifestações, na maior parte dos casos o glaucoma é assintomático: não dói, não coça, não arde, não causa qualquer incômodo. Ainda assim, continua danificando o nervo óptico e, somente quando a doença está avançada, o paciente começa a perceber dificuldade de enxergar. O tratamento consegue manter a visão do paciente, mas os danos ao nervo não podem ser revertidos. Por isso, identificar a doença ainda nos estágios iniciais é muito importante.
O tratamento
Consiste na redução dos níveis de pressão intraocular, que pode ser obtido por meio de colírios, laser e cirurgias. É importante ressaltar que o paciente submetido a tratamentos a laser ou cirúrgicos ainda precisam de acompanhamento frequente com o oftalmologista, pois esses procedimentos podem ser insuficientes ou perder o efeito com o tempo. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico oftalmologista, para que se possa definir a abordagem de tratamento mais adequado.