20/11/2019 às 17h15min - Atualizada em 20/11/2019 às 17h15min
Pará é um dos líderes do setor da pesca de consumo e ornamental
Belém, Bragança, Ananindeua, Vigia e Curuçá estão entre os principais municípios paraenses que mais exportam o pescado
belem.com.br
Assessoria de Comunicação da Fiepa
Os principais produtos exportados são os peixes da marca pargo, além de cabeças, caudas e bexigas natatórias de peixes em geral (Foto: Fernando Araújo/ Agência Pará)
Conforme mostra a experiência prática, no Pará, a pesca continua sendo uma das atividades econômicas mais importantes. As exportações chegaram a US$ 25,030 milhões de dólares entre janeiro a julho de 2019, com crescimento de 111,44%. Os dados são do Ministério da Economia trabalhados pelo Centro Internacional de Negócios do Pará (CIN/Fiepa).
De acordo com a coordenadora do CIN/Fiepa, Cassandra Lobato, embora os dados sejam expressivos, ainda não condizem com o potencial que o Estado possui. “Podemos esperar muito mais do setor”. Belém, Bragança, Ananindeua, Vigia e Curuçá estão entre os principais municípios paraenses que mais exportam o pescado.
Os principais produtos exportados são os peixes da marca pargo, além de cabeças, caudas e bexigas natatórias de peixes em geral. Sendo que as cabeças e caudas foram responsáveis por quase de US$ 14 milhões de dólares, enquanto os pargos por US$ 5,678 milhões, entre janeiro a julho. Ao todo, foram US$ 25 milhões de exportações de pescado neste mesmo período. E quando se fala em camarões congelados, Belém se destaca entre os dez primeiros municípios brasileiros que mais exportam este produto, e o Pará segue liderando o ranking entre os estados, registrando US$ 1.320.744.
Para a coordenadora do CIN/Fiepa, o setor da pesca no Pará apresenta possibilidades excelentes em diversos aspectos. “A pesca tem um poder de transformação não só de crescimento econômico, mas também no desenvolvimento social como a geração de emprego e renda”, destaca Cassandra.
Ornamentais - Considerados animais de estimação, os peixes ornamentais também têm ganhado destaque nos últimos anos. Segundo dados do CIN/FIEPA, entre os períodos de janeiro e julho de 2019, o Pará exportou o valor de US$ 1.975 milhões de dólares, apresentando um crescimento de 2,77% em relação ao ano de 2017 nos mesmos períodos. Belém, Ananindeua e Santarém estão entre os dez municípios brasileiros que mais exportam peixes ornamentais.
Segundo o CIN/Fiepa, o Pará se destaca como o maior produtor de peixes ornamentais do Brasil, evidenciando como esse mercado tem sido promissor para o Estado e seus produtores.
Fato é que o Pará possui potencialidades para intensificar e impulsionar o setor pesqueiro no cenário brasileiro. No entanto, a cadeia produtiva da pesca ainda esbarra em questões como estrutura e políticas públicas, conforme conta o engenheiro de pesca, André Oliveira.
“De modo geral, o setor da pesca caminha a passos curtos em termos de transformações, mas posso ressaltar a implantação do Plano Estadual de Desenvolvimento da Aquicultura e Pesca, uma iniciativa do governo do Estado para retratar a realidade do setor e traçar diretrizes para o fortalecimento da cadeia”, explica.
Redes - Em outra ponta, a Redes, iniciativa Fiepa, e a Norte Energia, dão andamento ao projeto que prevê o fortalecimento da cadeia do pescado do Pará na região de influência direta e indireta da Usina Hidrelétrica Belo Monte. A iniciativa visa mapear e oferecer possibilidades de negócios à população da área a partir dos segmentos de pesca para consumo e ornamental.
“Indiscutivelmente, somos o maior produtor nacional em termos de cultivo oriundos do extrativismo, sem contabilizarmos a pesca de subsistência, e ainda apresentamos um dos maiores consumos per capita do Brasil, mas a aquicultura ainda é incipiente”, relata o engenheiro de pesca e professor doutor em ciências animais Marcos Ferreira Brabo, um dos pesquisadores do projeto que está desenvolvendo o diagnóstico do pescado na região do Xingu onde está instalada a UHE Belo Monte.
Segundo o professor, muitos municípios como Altamira e São Félix do Xingu apresentam particularidades no que diz respeito ao mercado de peixes ornamentais, com a presença de algumas distribuidoras desses peixes. Embora relate que o quadro atual seja de diminuição do número dessas distribuidoras em função da atividade ter se tornado extremamente burocratizada nos últimos anos, “esse é um mercado interessante que está em expansão em escala mundial e que possui possibilidades de exploração na região, onde há diversidade de espécies de valor comercial. Isso faz com que a pesca artesanal com fins ornamentais seja forte”.
Para o gestor executivo da Redes, Marcel Souza, o Pará apresenta potencialidades como nenhum outro Estado. “Podemos perceber, através de dados sólidos, que o mercado de peixes para consumo e ornamental tem apresentado bons resultados para o nosso Estado. O projeto tem, então, o propósito de analisar esse mercado, para que possamos desenvolver capacitações para o trabalhador ou empreendedor, possibilitando a ele que aumente sua produtividade nesses segmentos”, destaca.