29/11/2019 às 12h33min - Atualizada em 29/11/2019 às 12h33min

Preço da carne dispara para o consumidor paraense

Apenas nas três primeiras semanas de novembro, o produto já alcança a marca de 10% de aumento

belem.com.br
Rosa Borges (jornalista do www.belem.com.br)
A pesquisa informa ainda que, entre janeiro e outubro deste ano, o produto teve alta superior à inflação, chegando a 7% (Foto: André Montejorge)
   
Um balanço divulgado nesta quinta-feira (28), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), confirma que o preço da carne bovina consumida pelos paraenses disparou nas três primeiras semanas de novembro, alcançando a marca de 10% de aumento.
 
A pesquisa informa ainda que, entre janeiro e outubro deste ano, o produto teve alta superior à inflação, chegando a 7% o reajuste de preços nas feiras livres, açougues e supermercados de Belém.
 
O documento identifica que as possíveis causas desse aumento seriam as questões de sazonalidade, fortes variações climáticas, aumento da destinação da carne bovina para o mercado externo (China, Emirados Árabes, etc), entre outros fatores ligados a comercialização do produto.
 
Sebastião Silva tem um açougue na feira do Guamá há 20 anos e diz que desde agosto o abastecimento de carne bovina é precário. “Tem dia que não chega nada pra nós. A gente pede cinco pedaços de carne de primeira e só chega um ou dois. Além disso, o preço tá muito alto e o consumidor reclama. A exportação está levando tudo e a carne de primeira como chã, alcatra, a 30 reais, não tem condições, ninguém compra”, lamenta.
 
Alguns supermercados de Belém, que estão com o abastecimento comprometido, já começam a esclarecer, por meio de avisos aos consumidores, que o produto está em falta. Um deles chegou a garantir que vai manter os preços, mesmo com os reajustes dos fornecedores. Mas pondera que isso só poderá ser possível até dia 1° de dezembro.
 
O discurso das entidades empresariais e do governo, no entanto, é diferente. A Aliança Paraense pela Carne (APC), criada em 2018 e que congrega várias entidades ligadas ao setor – como Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Sindicato da Indústria de Carnes do Estado do Pará (Sindcarne) e governo do Estado, entre outros – reuniu, nesta quinta-feira (28), também, para tratar da questão e definir estratégias.
 
Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hugo Suenaga, disse que não há motivos para a população paraense se preocupar quanto ao abastecimento da carne bovina e que tudo está dentro da normalidade.
 
“Pelo que foi conversado aqui, a exportação da carne não influencia tanto no valor da carne. Um percentual de menos de 8% na exportação, que não condiz com o aumento no preço do produto”, declarou o titular da Sedap.

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