29/11/2019 às 19h14min - Atualizada em 29/11/2019 às 19h14min

Nova variedade de açaí pretende acabar com o problema da alta na entressafra

A Embrapa Amazônia Oriental lançou nesta sexta-feira (29) as sementes da BRS

Andreza Gomes (jornalista do www.belem.com.br)
belem.com.br
Com a nova variedade, o Pará passa a ser produtor do açaí e não só extrativista (Foto: Ronaldo Rosa)
   
A empresária Olinda Maria Andrade entrou recentemente para o ramo de açaí. Ela plantou cerca de onze mil pés de açaí em seu sítio na cidade de Bujaru. “Eu sou capixaba, vim morar no Pará há 20 anos, conheci o açaí aqui em Belém e há um pouco mais de um ano plantei no meu sítio. Hoje, levo dois pacotes do BRS para experimentar”, informou a empresária, durante o evento de lançamento e degustação do BRS Açaí Pai d’égua, uma nova variedade de açaí, desenvolvida pela 
Embrapa Amazônia Oriental. 

O chefe geral da Embrapa, Adriano Venturieri, afirma que o Pará passa a ser produtor do açaí e não só extrativista. “Nós estamos deixando de ser apenas extrativistas de açaí na Amazônia e estamos sendo produtores e agricultores do açaí. Então é uma semente você produz cada vez mais em uma mesma área, você tem qualidade de fruto muito bom e complementos”.

O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, João Tomé, explica que há mais de 20 anos trabalha com a pesquisa do açaí e no ano de 2002 iniciou a pesquisa da BRS Pai d’égua. Ele comenta dos benefícios da semente. “Nós vamos minimizar a sazonalidade, pois vamos ter uma oferta maior do produto na entressafra, além de utilizar, implantar e sentir as normas e esta nova variedade”, comemorou. 

Pedro Andrade, sócio proprietário da empresa Point do Açaí, também festejou o lançamento do produto. “Isso é um sonho que está se realizando porque nosso maior problema é a entressafra, de janeiro a julho. Nesse período, o açaí  fica escasso e muito caro”, pontuou o empresário.

Impulsão à economia - O secretário estadual de Meio Ambiente, Mauro Ó de Almeida, parabenizou a iniciativa da Embrapa e ressaltou que o Estado é um grande entusiasta desta pesquisa. “Esta pesquisa casa com a proposta do governo que é impulsionar a economia vocacionada da Amazônia e do Pará”, ressaltou.

Ó de Almeida informa ainda que o Estado pretende estimular o cultivo do açaí nas áreas degradadas para impulsionar a economia e gerar emprego e renda. “O açaí faz sombra, é uma planta nativa, colabora com os serviços ambientais, é um dado positivo. Fazer o cultivo do açaí em áreas devastadas é, inclusive, uma forma de restauração florestal”, finaliza.

Para o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca, Lucas Vieira, o momento é importante para o Estado. “A Embrapa fornecia para a Secretaria de Agricultura sementes de açaí. Durante este período recebemos 36 toneladas de sementes de açaí que viraram 20 milhões de mudas para que possamos fomentar a agricultura familiar, que precisa da ajuda do Estado”, ponderou. 

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