30/11/2019 às 19h22min - Atualizada em 30/11/2019 às 19h22min

Comunidade da Vila da Barca promove ato em defesa do Curro Velho

As apresentações foram realizadas na praça central da Vila da Barca e contou com a presença de artistas que começaram sua iniciação artística nas oficinas do Curro Velho

Muitos artistas paraenses começaram ainda crianças nas oficinas do Curro Velho e hoje estão no mercado de trabalho (Foto: Rafael Fernando)

Mais de 900 pessoas participaram do ato em defesa do Curro Velho, na última sexta-feira (29), entre os quais artistas, fotógrafos e músicos. Nana Reis e Jeff Moraes são alguns desses artistas que um dia foram “Crias” do Curro Velho. Todos se uniram em defesa das oficinas em prol das Crias do Curro Velho, as crianças e adolescentes da Vila da Barca que participam da iniciação artística e oficinas regulares.

O cantor Jeff Moraes conta que a noite de sexta foi especial, um dos atos mais emocionantes que participou. “Foi muito bonito ver a criançada, os artistas que são Crias do Curro Velho. A comunidade inteira se mobilizou em prol daquele espaço que é fundamental para a sociedade”, pontua o artista.

Ele afirma que muitos artistas presentes no ato cultural na Vila da Barca começaram ainda crianças nas oficinas do Curro Velho e hoje estão no mercado de trabalho.

“A arte tem o poder de transformação na sociedade. Vale ressaltar que o Curro Velho capacita e abre janelas e portas para diversas jovens que estão aí em situação de risco e mostra um caminho muito positivo, que é o caminho da arte, a arte tem o poder de transformação muito grande na nossa cidade”, complementa.

Jeff conta que ficou durante 10 anos nas oficinas Curro Velho e Casa da Linguagem. “Eu como Cria do Curro Velho me sinto muito representado pela aquela comunidade, que é o público alvo daquele espaço. Eu sou um exemplo disso, jovem, vindo da periferia, preto, eu contrariando as estatísticas deste país que mais mata negros. Por meio do Curro Velho me tornei um artista, apresentador de TV, cantor,ator, arte educador e professor. Sou muito grato aquele lugar”, finaliza.

Outro artista é o André Butter que entrou nas oficinas com apenas 12 anos, hoje, tem 28, e integra a banda Casa de Folha. “O ato cultural foi organizada pela comunidade que clamavam não se sentir acolhida no espaço do Curro Velho. Tivemos shows da Senta Peia, Banda Mastodontes, Nana Reis e o Carimbó da Vila da Barca, foi uma noite emocionante”, comemora.

História - O Curro Velho era conhecido como o antigo Curral de Belém para receber os bois que chegavam para a cidade, pela Baía do Guajará, porém há 30 anos esta história mudou. O Curro Velho virou um espaço de arte e cultura onde abriga oficinas de iniciação artística, arte e ofício.

Um local onde já formou diversos artistas que iniciaram nas oficinas de arte e ofício do Curro Velho, como: o fotógrafo Dirceu Maués; o músico Jeff Moraes; o artista visual Raimundo Calandrino entre outros. Muitos conviveram com grandes mestres da arte nestas oficinas como Ruy Meira,  Eduardo Kaliff, e Olinda Charone

Hoje as crianças e adolescentes que são chamadas “Crias do Curro Velho” pedem que as oficinas de arte e ofício e de iniciação não parem de atender principalmente, a comunidade carente da Vila da Barca.

Neste sábado, 30, a gestão da Fundação Cultural do Pará esteve reunida nas Oficinas Curro Velho com membros da comunidade da Vila da Barca, alunos e ex-alunos do espaço. Nas plataformas digitais publicaram um registro deste encontro e iinformaram que as atividades não irã parar e que o Auto de Natal da Iniciaação Artística será realizado no próximo dia 07.

 
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