A fim de capacitar e orientar mulheres trans no mercado de trabalho, a Usina da Paz Antônia Corrêa, no bairro Nova União, em Marituba (Região Metropolitana de Belém), realizou na manhã desta terça-feira (07) o minicurso de Atuação Profissional Trans no Mercado Gastronômico. A atividade é alusiva ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de Janeiro.
SeacAs alunas aprenderam o passo a passo da receita de cupcake, decorado com as cores da bandeira trans, além de contar com a companhia de outras alunas do Curso de Gastronomia, criando um ambiente de acolhimento e aprendizado na sala de culinária da UsiPaz.
"Esse curso teve o objetivo de trazer mais visibilidade a esse público, que existe e merece respeito. Hoje tivemos cinco mulheres trans que aprenderam a fazer cupcakes. Dessa forma, observaram que podem monetizar com esses cupcakes, criando uma fonte de renda a partir daquilo que elas aprenderam na Usina da Paz. Isso é muito interessante, porque traz para elas uma parte curricular de gastronomia da qual elas podem atuar e ganhar um dinheiro extra se elas já trabalham, ou ter isso como fonte de renda diária”, informou Cláudio Gibson, que ministrou o minicurso.
Experiência visionária - As alunas participaram desde a elaboração da massa até a produção do recheio, e ainda compartilharam experiências de vida. Bruma Ferreira, estudante e ativista social de Marituba, agradeceu pela oportunidade e reforçou a importância de espaços públicos promoverem atividades específicas para pessoas trans.
Ao final das atividades as alunas receberam certificados de conclusão do minicurso. As programações para a comunidade LGBTQIA+ na UsiPaz estão sendo articuladas desde o ano passado, e outras ações deverão ser realizadas nos próximos meses.
“A Usina da Paz vem se aproximando do público e do movimento LGBTQIA+ desde o final do ano passado, através de movimento popular da juventude e do movimento negro. No início deste ano, para que a gente pudesse pensar algumas ações específicas, começamos a dialogar mais com esse público. Tendo isso como meta, realizamos uma roda de conversa para entender o que essas pessoas estavam necessitando - formação, escolarização, capacitação, cursos específico. A comunidade está vindo para a Usina estabelecer trocas, sobre como gostam de ser chamadas, de como é ser uma pessoa trans, o que é uma identidade social, ocupar esses espaços que também são delas. Estamos nessa fase de finalizar algumas propostas da Usina e oferecer diversas atividades para esse público”, informou Kátia Santos, coordenadora geral da UsiPaz Antônia Corrêa.