22/02/2023 às 12h00min - Atualizada em 22/02/2023 às 12h00min

Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo é celebrado nesta semana

A data alerta para a dependência química

Com edição da Redação Belem.com.br
Ascom
A OMS considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. (Foto: Divulgação)

                                                                                                                                                           
O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo  foi celebrado no último dia 20. O objetivo da data é alertar e conscientizar a população sobre os malefícios decorrentes do uso indevido dessas substâncias, que afetam não somente o indivíduo mas toda a sociedade, assim como destacar a prevenção e tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos.

O Relatório Mundial sobre Drogas de 2020, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), revelou que cerca de 269 milhões de pessoas no mundo usaram drogas só no ano de 2018, o que constatou um aumento de 30% em comparação com 2009. O número de mortes vinculadas ao consumo de drogas também cresceu. Segundo estimativas da ONU, os óbitos subiram de 450 mil, em 2015, para 585 mil, em 2017. Já em relação ao alcoolismo, segundo estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), cerca de 85 mil mortes a cada ano são 100% atribuídas ao consumo de álcool nas Américas.

Segundo o psiquiatra, Pedro Maranhão, muitos aspectos podem estar relacionados à dependência química. “Não sabemos ao certo os gatilhos que podem dar início a um quadro de dependência química, mas diversos aspectos podem ser levados em consideração, tanto em relação a questões biológicas quanto a questões comportamentais e sociais. É como se fosse um quebra-cabeça formado por várias situações. Dentro desse aspecto, o histórico familiar é um dos principais componentes, já que a carga genética leva a uma prédisposição ao desenvolvimento da dependência química. Uma depressão não tratada e um quadro de ansiedade também podem influenciar no uso indevido de substâncias, pois essas pessoas acabam utilizando o álcool ou as drogas como automedicação”, explica o médico.

Pedro alerta que é preciso tomar muito cuidado em relação aos jovens, já que estes estão tendo um contato muito precoce com o uso de substâncias químicas. “Essa experimentação está acontecendo muito cedo. Não chega a ser de fato uma dependência, mas o uso recorrente pode levar a uma doença crônica. Os jovens estão tendo fácil acesso a elas, e querendo ou não, quando se fala de adolescência, faz parte do desenvolvimento humano a experimentação de maneira geral. O que não pode acontecer é que essa experimentação vire um problema. Por isso a importância de ter uma estrutura familiar que oriente esse jovem da forma adequada”, esclarece.

De acordo com Mônica Azevedo, diretora clínica da Voo de Liberdade, amigos e familiares precisam estar atentos a alguns sinais que podem identificar se uma pessoa está desenvolvendo uma dependência química. “Há muitas características como o isolamento social, quando não consegue mais ter um momento de recreação com a família, passam a ser negligentes com a própria aparência, objetos começam a sumir dentro de casa, as notas começam a ficar baixas, quando é estudante, e as ausências do trabalho começam a ficar rotineira, quando é um profissional. Saber identificar esses sinais pode ajudar os familiares e amigos e buscar a ajuda necessária”, pontua.

Mônica enfatiza que pessoas com dependência química sentem muita dificuldade em pedir ajuda, o que dificulta o início do tratamento. “O mais difícil é a pessoa reconhecer que precisa de ajuda e a família aceitar que aquela pessoa tem uma doença crônica, e que precisa ser submetida ao tratamento correto, o que envolve uma equipe multidisciplinar, já que a dependência química é uma doença multifatorial”.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Como podemos te ajudar?