Procissão fluvial marca Dia de São Pedro em Mosqueiro

O percurso durou uma hora, entre o porto do Pelé e o terminal hidroviário, na vila

Agência Distrital de Mosqueiro

Uma procissão fluvial pela região ribeirinha de Mosqueiro marcou o Dia de São Pedro no distrito. As embarcações ganharam colorido especial e uma banda de música animou os devotos. O percurso durou uma hora, entre o porto do Pelé, à margem do rio Tamanduá, no bairro do Maracajá e o terminal hidroviário, na vila, onde um grupo de pessoas aguardava pela chegada da imagem. O evento se encerrou com uma missa solene, na paróquia de Nossa Senhora do Ó, marcando os 105 anos de tradição da festividade.

Patrimônio

A festividade de São Pedro do Areião, em Mosqueiro, foi reconhecida e declarada patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará em 2022. Segundo Luciana Palheta, coordenadora da programação, a festa transcorreu em clima de tranquilidade e de gratidão. A agente distrital de Mosqueiro, Vanessa Egla, parabenizou a equipe organizadora e destacou a festividade como importante elemento turístico religioso.

“A festividade é importante à medida que mostra os pontos turísticos e ressalta a identidade ribeirinha de Mosqueiro com seus rios e igarapés e as praias de ondas de rio”, disse Vanessa Egla, na manhã desta quinta-feira.

Mastros

A festividade de São Pedro abrange o mês de junho inteiro com carreatas, procissões e novenas. O ápice da festa, segundo Luciana Palheta, é o cortejo dos mastros, ocorrido na quarta-feira, 28, reunindo milhares de pessoas nas ruas do centro de Mosqueiro. Os mastros têm juízes e juízas, padrinhos e madrinhas e uma legião de seguidores, que se vestem com roupas “camufladas” para se protegerem do sol e do contato direto com o tronco da árvore.

Mulheres, homens e crianças conduzem os mastros de diferentes tamanhos e peso. O dos homens é maior. Este ano, o mastro foi da espécie Ananin com mais de 10 metros de comprimento e exigiu a força de muitos braços. Segundo o professor Junivaldo Sobral, 47 anos, juiz do mastro, a escolha da árvore é feita com um mês de antecedência e sua derrubada ocorre às vésperas do dia de São Pedro.

“Chegamos cedo para fazer a derrubada e promovemos o plantio de 50 mudas de Ypês em respeito ao meio ambiente”, disse o professor, que este ano, também homenageou a memória do pai dele, Raimundo Silva, que havia prometido a São Pedro participar da festa em grande estilo. “Então, hoje, é um dia muito especial para minha família, pois, estamos realizando um sonho do meu pai e gratidão pela minha saúde”, informou o professor, que também distribuiu quinhentas refeições para os brincantes.

Esperança

Entre as mulheres, carregar o mastro também é sinônimo de força, esperança e fé. A juíza do mastro, Elaine Pinto, disse que ganhou a ajuda das amigas Jane Bentes, uma das pioneiras da festa, e Rosa Andreia, madrinha da bandeira do mastro. As três estavam emocionadas, na concentração da saída do cortejo. “Eu me emociono sempre porque quando São Pedro me escolheu para conduzir essa festa linda, eu estava em uma fase difícil da minha vida, mas agora, estou bem e com coração cheio de alegria e gratidão”, disse.

Cortejo

Desde cedo as áreas do cortejo dos mastros já estavam animadas. Na concentração muita festa ao som do tradicional forró da quadra junina. Por volta das 16h, da última quarta-feira, 28, o cortejo tomou as ruas de Mosqueiro com milhares de pessoas acompanhando o evento, considerando um dos mais tradicionais da cultura popular do distrito. A festa de São Pedro termina com escolha da comissão que irá conduzir a programação em 2024.