03/09/2019 às 18h41min - Atualizada em 03/09/2019 às 18h41min

Profissionais de saúde participam de curso sobre doenças hemorrágicas

Os profissionais foram orientados sobre os tipos de doenças e como proceder no tratamento

Portal Belém
Zuleide Santos é mãe do João Victor, que faz tratamento de hemofilia há 13 anos (Crédito: Josué Amaral).

Especialista em saúde participaram do curso multiprofissional sobre hemorragias promovido pelo Hemopa em parceria com o Ministério da Saúde, no Plenarinho da Câmara Municipal de Marabá, no Pará.

 

No evento, os profissionais conheceram mais sobre as doenças hemorrágicas hereditárias e de que forma podem ser tratadas. Segundo a coordenadora do curso, Saide Sarmento, o objetivo foi levar conhecimento e capacitar os atuantes do Sistema Único de Saúde (SUS) para atuação no diagnóstico e tratamento dessas doenças. “Participaram do curso profissionais de equipe multiprofissional como médico, assistente social, Biomédico, psicólogo, cirurgião-dentista e outros. Isso é muito importante, porque nós trabalhamos com equipe multiprofissional e se trata de uma doença hereditária com risco de eventos hemorrágico. Falar sobre o assunto é indispensável”, explicou a médica.

 

O Secretário Regional Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, que esteve presente, disse que o curso foi um sucesso.“É um evento regional que vai capacitar e dar mais condições para que a sociedade possa ser cada vez melhor servida pelo nosso Hemopa. Estou muito feliz”, afirmou o Secretário.

 

Katiane de Souza, assistente social que participou do curso, disse que o tema foi de grande relevância não apenas para Marabá, mas para toda a rede de saúde. “Uma vez que você compartilha com o município, em rede, todas as necessidades desse público alvo, que é relacionado às pessoas com hemofilias, com certeza vão contribuir não só com a saúde pública, mas com esses pacientes que sofrem dessa patologia”, disse.

 

A coordenadora e representante sul e sudeste da Associação Paraense de Portadores de Hemofilia e Coagulopatias (ASPACH), Zuleide Santos, disse que quando descobriu que o filho, João Victor, estava com a hemofilia, aos nove meses de vida, após passar 28 dias internado no hospital, ficou assustada, mas não mediu esforços para o tratamento do filho. “Minha vida é Marabá-Belém. Agora ele está fazendo um procedimento no joelho, aí é Marabá-Belém-Rio de Janeiro, tratando e fazendo profilaxia, o que foi a melhor coisa que aconteceu na vida dele”, disse a mãe, que descobriu a doença do filho em 2006.

 

A hemofilia é uma das doenças hemorrágicas, onde o sangue não coagula corretamente. Segundo o Hospital Israelita A. Einstein, quem tem a doença sente dores nas articulações e inchaço, além de sangramentos inexplicável. “Isso, para nós, é uma vitória muito grande. Nós não temos o Hematologista aqui em Marabá, a gente se desespera para ir a Belém, arriscando a vida do filho da gente. Nós tendo os profissionais aqui em Marabá vai facilitar muito, apesar de que nós temos o apoio do Hemopa daqui, mas não é o suficiente”, afirmou Zuleide Santos.

 

João Victor também esteve presente e falou da importância da capacitação dos profissionais de saúde para saberem como agir diante de pacientes com a doença. “Têm alguns doutores que não sabem o que é hemofilia. A primeira vez que eu vir a Marabá, teve um doutor que, ao me examinar, disse que ia amputar minha perna, porque estava muito inchada, aí minha mãe me socorreu, porque o doutor queria amputar minha perna e não sabia o que era hemofilia. Minha mãe ensinou ele e ele pediu desculpas. Um dia desses o encontramos, ele viu como eu estou, que estou bem, que minha perna está melhor, ele pediu muitas desculpas por essas coisas. É que alguns doutores não estudam sobre hemofilia”, disse Victor, que está no 7° ano do ensino fundamental e sonha em ser lutador de karatê. 

 

O responsável técnico do hemocentro regional de Marabá, Fernando Monteiro, disse que o curso foi importante para suprir a carência de formação na área do sangue, na região. “O curso vem contribuir sobremaneira para aprimorar os conhecimentos sobre coagulopatias aos diversos profissionais de nossa cidade. Para nós é muito importante que profissionais que atuam em outros hospitais, principalmente nos hospitais públicos, tenham esse conhecimento”, detalhou Fernando.

 

Jaqueline Miranda, médica do SUS que participou do curso, disse que foi uma oportunidade de possibilitar um diagnóstico cada vez mais precoce das doenças hemorrágicas. “Com o curso fica mais fácil manejar o paciente, fazer com que o fluxo no ambiente SUS aconteça de forma harmônica e eficaz, envolvendo toda a equipe multidisciplinar necessária para que esse paciente tenha uma vida longa com prevenção de agravos evitáveis diante dos acontecimentos corretos, adquirido no curso”, concluiu a médica.

 
 

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