22/04/2020 às 08h00min - Atualizada em 22/04/2020 às 08h00min

Mais de 30 filmes paraenses estão disponíveis ao público

A Mostra Égua do Filme é um catálogo que, além dos links para os filmes, traz as sinopses e informações sobre a equipe técnica

Assessoria de Comunicação do evento
Com edição do belem.com.br
Ao todo, há36 filmes disponibilizados pela Mostra Égua do Filme (Foto: Divulgação)
           
Em tempos de isolamento o grande desafio é aproveitar o tempo em casa. E muito desse tempo acaba indo parar na internet, inevitavelmente. Artistas do mundo inteiro tem feito lives e postado vídeos sobre seus trabalhos. Já a dica do Festival Amazônia Doc é que todos fiquem em casa e aproveitem também para conhecer o cinema paraense, a partir dos 36 filmes que estão disponibilizados pela Mostra Égua do Filme, no site www.amazoniadoc.com.br

Diversificada,  a mostra traz documentários, filmes de ficção e animações, formando um panorama das várias fases da produção cinematográfica do Pará. 
 
“Assustado”, de San Marcelo, por exemplo, é o mais recente, foi lançado no início de 2020. O curta filmado em Bragança traz de volta uma manifestação carnavalesca comum na segunda metade do século 20, mas com registros ate década de 90. “Pela pesquisa que fizemos a manifestação também ocorria em outras cidades brasileiras, mas são poucos os registros que existem sobre ela. Esse é meu primeiro filme de curta de ficção, é pra cima, com trilha autoral de Almirzinho Gabriel e Alex Ribeiro, o que faz com que a trama fique bem divertida”, diz o diretor.
 
Para o realizador bragantino San Marcelo, a iniciativa da Mostra é muito bem vinda, num momento em que a produção cinematográfica brasileira está paralisada e já vinha também sofrendo muitos ataques. “O audiovisual é coletivo e requer um aglomerado de pessoas, pelo menos até então. Vejo essa mostra não como solução, mas como sendo um passo a mais em direção à unificação do nosso cinema. É pretencioso falar de um cinema paraense mas há varias produções espalhadas por aí que as pessoas gostariam de conhecer e às vezes não sabe onde”, diz San.
 
Outra surpresa da mostra é “Canção do Amor Perfeito”, de Fernando Segtowick e Alexandre Nogueira, lançado em 2018, mas que ainda estava inédito na internet. As demais obras já estavam há anos disponibilizadas nos canais dos próprios realizadores, mas que agora poderão ser acessadas a partir de um único site, revelando assim um conjunto da produção cinematográfica da região. São documentários, filmes de ficção e animação em curta e longa metragem. 
 
Para o público infantil, a Mostra Égua do Filme oferece as animações de Cássio Tavernard, como “A Onda – Festa na Pororoca”, “O Rapto do Peixe Boi” e “Alegro Pero no Mucho”, realizados entre 2008 e 2019. Também tem uma obra de Andrei Miralha e Marcilio Costa, “Pedaços de Pássaro”, produção de 2016.
 
“Excelente a iniciativa dessa mostra, justamente por reunir produções paraenses num mesmo espaço virtual. Muitas vezes, essa produção fica muito dispersa e o grande público, fora do meio artístico, muitas vezes não acompanha notícias relacionadas à produção audiovisual local, não sabe onde encontrar e muitas vezes nem sabe que existe”, comenta Andrei Miralha. 
 
Pedaços de Pássaros é resultado de um edital de audiovisual do MINC, lançado em 2012. “Esse filme aborda questões muito pertinentes ao nosso tempo, trás o pássaro como uma metáfora para as relações que estabelecemos com o mundo, com a vida e com o outro. O pássaro atravessa 6 capítulos que apresentam estéticas diferentes utilizando pintura digital, animação 3D rotoscopia, animação em composite e vídeos em live action”, conclui o realizador.
 
Produções dos anos 1990 e 2000
 
Entre outros filmes disponibilizado na mostra, alguns foram produzidos no final dos anos 1990 e lançados no início dos anos 2000, como “Quero Ser Anjo”, de Marta Nassar, que traz no elenco Zê Charone, Cacá Carvalho e a atriz, hoje jovem dramaturga, Bárbara Gibson, ainda criança; “Mulheres Choradeiras”, de Jorane Castro, que traz no elenco atores da rádio novela paraense, como Nilza Maria, Tacimar Cantuária e Mendara Mariani, além de Armando Pinho; e Açaí com Jabá, de Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte, filmado em Mosqueiro. O momento era de retomada do cinema brasileiro. 
 
Além de elencos do nosso cenário artístico, o público vai conferir na telinha (do celular ou do computador) e se identificar ao ver símbolos da nossa cultura e locações familiares em cada produção. Em "Quando a Chuva Chegar", de Jorane Castro, filmado em 2005, por exemplo, temos o edifício Manoel Pinto da Silva. Em Shala, de João Inácio, já lançado em 2016, identificamos locações como o Colégio Gentil Bittencourt e um casarão antigo na Braz de Aguiar. 
 
Também estão catalogados os premiados “Ribeirinhos do Asfalto” (Jorane Castro), de 2011, que levou os Kikitos de Melhor Atriz (Dira Paes) e Melhor Direção de Arte no Festival de Cinema de Gramado; “Matinta” (Fernando Segtowick), de 2010, que ganhou o prêmio de Melhor Som (Evandro Lima, Mirian Bidermam, Ricardo Reis e Paulo Furnari) e de Melhor Atriz (Dira Paes), no Festival de Cinema de Brasília – e “Mãos de Outubro” (Vitor Souza Lima), de 2009, que já recebeu cinco prêmios, dois deles no festival É Tudo Verdade.
 
Também destacam-se o longa “A Besta Pop”, de  Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B. Silva, de 2018; “Brega S/A”, de 2009, de Gustavo Godinho e Vlad Cunha, um documentário que aborda o processo de massificação do tecnobrega; “Gritos da Terra”, de Geneviève Pressler e Zienhe Castro e ainda Memória do Cine Argus”, documentário e Edvaldo Moura, que aborda  a existência do Cine Argus, que movimentou a vida cultural da cidade de Castanhal, no nordeste do Pará, 1938 e 1995. 
 
A chamada para submissão de filmes ao catálogo abriu no inicio de abril, mas ainda podem ser feitas as inscrições até o dia 30 de abril, basta acessar o site www.amazoniadoc.com.br e preencher o formulário, além de enviar o link de seu filme, cartaz e fotos de divulgação. O critério principal, para passar pela curadoria e integrar a mostra é que sejam filmes que já tenham sido exibidos no circuito de festivais, nos cinemas, na televisão ou inéditos, mas que atendam a critérios cinematográficos que serão analisados pela curadoria.
 
A mostra pode ser acessada pelo site: www.amazoniadoc.com.br, ou diretamente: http://amazoniadoc.com.br/catalogo-da-mostra
 
Catálogo – Mostra Égua do Filme
 
1.     A Besta Pop – Dir. Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues, Rafael B. Silva
2.     A Explosão da Ilha – Dir. Gabriel Portella e Léo Chermont
3.     A Onda – Festa da Pororoca - Dir. Cássio Tavernard
4.     Açaí com Jabá – Dir. Alan Rodrigues, Marcos Daibes e Walério Duarte
5.     Alegro Pero no Mucho - Dir. Cássio Tavernard
6.     As Filhas da Chiquita – Dir. Priscilla Brasil
7.     As Mulheres Choradeiras – Dir. Jorane Castro
8.     Assustado – Dir. San Marcelo
9.     Brega S/A – Dir. Gustavo Godinho e Vladimir Cunha
10.  Canção do Amor Perfeito – Dir. Alexandre Nogueira e Fernando Segtowick
11.  Certeza – Dir. Pedro Tobias
12.  Covato – Desenterre seus segredos – Dir. Emanoel Franklin
13.  Damasceno Novos & Usados – Dir. Kemuel Carvalheira
14.  Ervas e Saberes da Floresta – Zienhe Castro
15.  Gritos da Terra – Dir. Geneviève Pressler e Zienhe Castro
16.  Invisíveis Prazeres Cotidianos – Dir. Jorane Castro
17.  Josephina – Dir. Zienhe Castro
18.  Juliana contra o Jambeiro do Diabo pelo coração de João Batista – Dir. Roger Elarrat
19.  Lugares do Afeto - A fotografia de Luiz Braga – Dir. Jorane Castro
20.  Mãos de Outubro – Dir. Vitor Souza Lima
21.  Matinta. Dir. Fernando Segtowick e Adriano Barroso
22.  Memórias do Cine Argus – Dir. Edivaldo Moura
23.  Miguel Miguel – Dir. Roger Elarrat
24.  Mulheres de Mamirauá – Dir. Jorane Castro
25.  O time da croa – Dir. Jorane Castro
26.  Ópera Cabocla – Dir. Adriano Barroso
27.  Pedaços de Pássaros – Dir. Andrei Miralha e Marcílio Costa
28.  Promessa em Azul e Branco – Dir. Zienhe Castro 
29.  Quando a chuva chegar – Dir. Jorane Castro
30.  Quero ser anjo – Dir. Marta Nassar
31.  Ribeirinhos do Asfalto – Dir. Jorane Castro
32.  Salvaterra, Terra de Negro – Dir. Priscilla Brasil
33.  Serra Pelada - Esperança Não é Sonho – Dir. Priscilla Brasil
34.  Shala – Dir. João Inácio
35.  O Rapto do Peixe Boi – Dir. Cássio Tavernard
36.  Verde Terra Prometida – Dir. Cláudia Kawage e Zienhe Castro

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