22/12/2021 às 17h00min - Atualizada em 22/12/2021 às 17h00min

Uepa aprova adoção de cotas étnico-raciais a partir de 2022

Resolução foi aprovada nesta quarta pelo Conselho Universitário

Redação Belem.com.br
Com informações da Ascom Uepa
Novas medidas devem vigorar a partir do Processo Seletivo 2023 da instiuição. (Fotos: Nailana Thiely/Ascom Uepa)
                
A Universidade 
do Estado do Pará (Uepa) aprovou nesta quarta-feira, 22 de dezembro de 2021, durante a 252ª Reunião Ordinária do Conselho Universitário (Consun), a resolução referente ao Programa de Ações Afirmativas, que estabelece a adoção de cotas étnico-raciais para o ingresso nos cursos de graduação.

A resolução se constitui "em instrumento de inclusão e promoção dos valores democráticos, de respeito à diferença e à diversidade socioeconômica e étnico-racial, tendo na ampliação das políticas de acesso ao ensino superior e de incentivo à permanência, a garantia da vocação institucional de estímulo ao desenvolvimento do ser humano no contexto amazônico", conforme expresso no seu artigo primeiro.
 
Ilma Pastana, vice-reitora da Uepa, se emocionou ao parafrasear o cantor Belchior e entoar que “ano passado eu morri, mas a partir dessa data eu não morro”. Seguida de aplausos dos conselheiros e convidados, ela continuou: "Nós somos universidade, nós somos ciência. Essa proposta, para chegar até aqui, foi muita luta e muito estudo. Vários coletivos se juntaram para fazer essa proposta".
 
Para o reitor da Uepa, professor Clay Chagas, as cotas são instrumentos de políticas afirmativas que fazem com que a gente tenha uma universidade de acesso mais democrática e inclusiva de fato. "A Universidade, com a aprovação das cotas, dá passos largos para que a gente possa, cada vez mais, torná-la mais inclusiva. Uma universidade, de fato, que atenda as demandas do estado a partir das suas demandas étnico-raciais". As novas medidas devem vigorar a partir do Processo Seletivo 2023 da instiuição.
 
Cotas resultam de diálogo e luta coletiva
 
O professor Aiala Colares, diretor de extensão, que liderou o projeto submetido à apreciação, explicou que a resolução foi precedida de um estudo prévio. De acordo com Aiala, a informação obtida nesse estudo, apontou que mesmo com 50% das vagas do vestibular sendo destinadas a alunos da escola pública, elas não conseguiam alcançar um número significativo de negros e negras, sobretudo nos cursos mais concorridos da Universidade, principalmente os que estão na área da saúde.

"Nós temos uma maioria de alunos e alunas negros e negras nos cursos de formação de professores, nas licenciaturas, mas uma minoria significativa no CCNT e no CCBS. E mesmo nos cursos do CCSE, há alguns onde predomina a população branca", afirma o professor, ao se referir ao Centro de Ciências Naturais e Tecnologia, ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, e ao Centro de Ciências Sociais e Educação, respectivamente.

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