“A partir da entrega da nossa maternidade, nós poderemos fazer a reprodução assistida dos cães e lá mesmo começar o manejo dos animais, o adestramento e treinamento, com o devido cuidado da clínica médica veterinária. A reprodução dos cães, que é extremamente científica e cuidadosa, terá todo o acompanhamento e suporte técnico necessário”, ressalta o tenente coronel Gabriel Silva, comandante do BAC.
A veterinária do BAC, tenente Marina Coutinho, explica que quando a aquisição dos cães do batalhão ocorre por compra, em canil de referência no Brasil, são, geralmente, recebidos animais com 1 ou 2 anos de vida, que já vêm com treinamento policial realizado por outras pessoas de outras regiões brasileiras, e por isso, muitas vezes, não levam em consideração as necessidades peculiares locais da região Norte.
Os cães participam de treinamentos com estimulação neonatal, neural e olfativa. (Foto: Jader Paes / Ag.Pará)
Investimento
O investimento na maternidade canina também representa uma economia para os cofres públicos, já que um cão, em canil de referência, preparado para o policiamento, custa cerca de 15 a 20 mil reais.
O BAC também ganhou 30 novos boxes, totalmente preparados com altura adequada do comedouro, para evitar problemas de colunas nos animais, além da instalação de um telhado com manta térmica para evitar insolação ou desidratação dos cães. O batalhão também foi contemplado com solários, destinados aos novos animais, e mais duas viaturas adaptadas para o transporte deles durante as operações. O investimento foi superior a R$ 2 milhões.
O treinamento dos cães inicia enquanto filhotes, inicialmente em matilha, para identificar o perfil e a expertise de cada um. “Conseguimos verificar se aquele cão é bom para o faro de entorpecentes, de explosivos, busca e captura, regaste, guarda e proteção ou demonstração para podermos intensificar os treinamentos na área de maior aptidão de cada um. O carro-chefe do BAC é o faro de narcóticos”, conta o comandante do BAC.
Um dos cuidados especiais é com a musicoterapia. Desde bem pequeninos, o som de ambientação, com barulhos de sirenes, bombas, estampidos de tiros e explosivos, barulho de carros são expostos aos cães, para que não se assustem durante as operações e assim não percam o foco no combate ao crime. Além dos seis filhotes, o BAC conta com 26 cães.