No dia 19 de abril é celebrado o Dia do Índio, no Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no país há quase 900 mil índios, dos quais aproximadamente 520 mil moram em aldeias indígenas. São 305 etnias e 274 línguas indígenas.
Por isso, ter um dia no qual o povo indígena possa chamar de "seu" é muito importante. Segundo o professor de História, Gabriel Paes Neto, que também é mestre em Educação e Políticas Públicas e doutor em Educação e Ciências, a data tem uma relevância muito grande.
"A data pode ser utilizada como uma ferramenta de anúncio da necessidade e urgência de valorização das culturas indígenas, de várias tribos, línguas, culinárias, jogos e brincadeiras, danças etc.
Com isso, se deve potencializar conteúdos práticos de respeito à diversidade cultural e garantias de direitos a estes brasileiros originários", disse o professor.
Há, no Brasil, quase 900 mil índios. (Foto: José Cruz / Ag. Brasil)
Para se ter uma ideia, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, estima-se que a população indígena era de dois a cinco milhões. De acordo com Atlas da Violência, em dez anos (2009 a 2019), houve mais de 2 mil assassinatos de índios no Brasil. Isso significa um aumento de 21,6%.
"O cenário é preocupante, mais especificamente em dois sentidos: a pouca garantia de direitos aos povos indígenas, quanto a saúde, educação, terras; e o pouco reconhecimento da cultura indígena, das suas disseminações nas culturas locais, na língua, nos saberes sobre a terra, na culinária, danças, nas brincadeiras e jogos populares. O cenário é muito preocupante e requer muito respeito e atenção", explicou o professor de História, Gabriel Paes Neto.
O professor de História, Gabriel Paes Neto, explicou sobre o cenário indígena no Brasil. (Foto: Arquivo pessoal)
Sobre políticas públicas voltadas aos povos indígenas, em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2007, assinou a Declaração dos Povos Indígenas, que aprovou o direito à autodeterminação, ao autogoverno interno e o direito de não sofrerem assimilações culturais forçadas.
Durante a pandemia, segundo a Organização Internacional do Trabalho, 30% dos indígenas que moram na cidade estão em situação de extrema pobreza e cerca de 82% são submetidos à informalidade no trabalho.
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI), dispõe do Conselho Nacional de Política Indigenista, que participa da atual Comissão Nacional de Política Indigenista.