18/11/2019 às 11h36min - Atualizada em 18/11/2019 às 11h36min
Multidão colore a orla de Icoaraci na 11ª Parada LGBTI do distrito
A Parada mobilizou 20 mil pessoas
Agência Belém
Foto: Agência Belém Icoaraci recebeu uma festa cultural e engajada, com reivindicação de direitos LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex) neste domingo, 17. A 11ª Parada LGBTI do distrito mobilizou 20 mil pessoas, segundo os organizadores.
O evento foi promovido pelo Movimento de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Estado do Pará (LesbiPará), com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Coordenadoria da Diversidade Sexual de Belém (CDS) e da Agência Distrital de Icoaraci (Adic). As atividades em defesa da comunidade LGBTI começaram no sábado, 16, com roda de conversa no auditório da Adic.
A 11ª Parada LGBTI percorreu um quilometro até chegar ao trapiche de Icoaraci. Animaram a festa o trio elétrico Faraó e a DJ Gada e houve shows de drag queens.
“Já é crime você agredir um LGBTI, é uma grande vitória na nossa luta de tantos anos, mas a sociedade ainda não respeita. Nós temos a Lei Maria da Penha, sou uma mulher lésbica e posso dizer que os homens não nos respeitam. As mulheres continuam morrendo assim como o LGBTI continua sendo agredido e morrendo. E o que a gente pede para a sociedade é respeito acima de tudo”, disse a DJ Gada, coordenadora do evento.
A parada levou muita alegria para a orla do distrito. Rafael Magalhães, de 19 anos, vestido com um figurino para lá de colorido, se divertiu. “Sempre que eu passava pela rua as pessoas se referiam a mim como a coitadinha: “Olha, lá vai a Coitadinha”, diziam. Aí eu adotei esse apelido. Mas hoje, de coitadinha só tenho o nome e a fantasia. Vim comemorar nossa vitória LGBTI. Agredir um LGBTI agora é crime, era disso que nós precisávamos”, disse.
A necessidade de políticas de saúde para o segmento foi destacada por ativistas. “Sou homem trans e militante das causas dos LGBTI e me preocupo muito com a política pública de saúde LGBTI. Tenho 58 anos e luto para que nossa população tenha seus direitos preservados”, disse Rai Carlos Durans, represente da Associação de Gays, Lésbicas e Transgêneros do Pará.
Moradores do distrito apoiaram a parada. A servidora pública Marcia Melo, de 46 anos, curtiu: “Eu nunca tinha visto uma parada de perto, sempre via pela televisão. Estou impressionada, é muito legal. Aqueles que vêm realmente para se divertir fazem a festa e a alegria de todos”.
Paz - Ao longo do trajeto, representantes de movimentos sociais tiveram a oportunidade de falar sobre a importância e os objetivos da parada. Foi defendida a construção de uma cultura de paz para população LGBTI.
“Em maio deste ano foi criada a Coordenadoria da Diversidade Sexual de Belém (CDS) para que pudéssemos trazer uma cultura de paz para a nossa população LGBTI, principalmente no que diz respeito à criminalização da homofobia e à garantia de direitos de várias políticas, como as de educação, saúde, cultura, esporte, lazer, emprego e renda. Queremos muito que a população venha não só para curtir uma festa, mas celebrar uma vitória para nós, LGBTI. Nossa população LGBTI tem um decreto que garante o nome social nas escolas e nas unidades de saúde. Precisamos fazer valer nossos direitos”, afirmou Cledson Sampaio, coordenador da CDS.
Garantiram a segurança a Guarda Municipal de Belém (GMB), a Polícia Militar do Estado e a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).