24/11/2022 às 10h33min - Atualizada em 24/11/2022 às 10h33min

Indígenas Warao são capacitados para o mercado digital, em Belém

Ao todo, 15 indígenas participam do capacitação, que ocorre até 13 de dezembro

Com edição da Redação Belem.com.br
Ag. Belém
Ao todo, 15 indígenas participam do capacitação, que ocorre até 13 de dezembro. (Foto: Ascom / Banco do Povo de Belém)

                                                                                                                                                                                           
Uma turma de indígenas venezuelanos Warao que cursa Empreendedorismo Digital estão participando do programa de qualificação profissional Donas de Si, da Prefeitura de Belém. A capacitação ocorre na sala de aula do Centro de Educação Profissional Belém (CEP), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O programa é realizado por meio do Banco do Povo de Belém.

A iniciativa conta com a articulação da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONG Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB) e Fundação Papa João XXIII (Funpapa).

Os 15 alunos que participam do curso são artesãos e pescadores. Eles esperam ampliar o acesso aos clientes com o auxílio de plataformas da internet.

"O mundo é conectado, é digital", iniciou Edilson Moura, que é professor. "Parabéns ao Banco do Povo, ao Senac, à ACNUR e também aos alunos que aceitaram fazer o curso", disse.


Empreendedores

"Nós, indígenas, somos seres humanos com ideias para seguir em frente. Queremos  trabalhar para melhorar de vida", afirmou o indígena Avílio Cardona para o prefeito em exercício.

Outra aluna, Gardênia Coper, agradeceu pelo curso e disse que também quer apoio para empreender: "Me sinto muito feliz porque quero ter o meu próprio negócio. Com apoio, vou chegar aonde eu quero mais rápido".

Já Oscar Calderon detalhou que as mulheres Warao estão produzindo colares e roupas, enquanto os homens da etnia estão buscando o sustento na pesca, em Outeiro, onde boa parte deles reside. "Pela primeira vez estamos fazendo um curso", afirmou.


Busca pela autonomia

A responsável pelo Escritório da ACNUR no Pará, Janaína Galvão, iniciou o encontro agradecendo à Prefeitura de Belém e ao Banco do Povo, bem como ao Senac, que ministra as aulas por meio do contrato de prestação de serviço assinado com a gestão municipal.

"Nos sentimos abraçados pela Prefeitura de Belém. Por muito tempo, o trabalho da Prefeitura se limitou ao assistencialismo, mas, hoje, vai além disso, com o olhar para realizações de longo prazo", destacou Janaína, ressaltando a perspectiva de que indígenas atinjam a autonomia financeira, por meio de ações de geração de renda.

Durante o encontro, a coordenadora-geral do Banco do Povo, Georgina Galvão, anunciou que o objetivo da instituição é atender também aos indígenas paraenses que buscam meios de sobrevivência em Belém, especialmente aqueles que vêm estudar na capital e estão desprovidos de auxílio de ensino e aprendizagem devido aos cortes do governo federal.


Recursos tecnológicos disponíveis

O coordenador de Relacionamento com o Mercado do Senac, Márcio Takemura, participou do encontro. Ele disse que o curso de Empreendedorismo Digital está em alta e que a negociação comercial por meio digital tem potencialidade de alcançar o maior número de clientes, em comparação ao meio presencial.

A turma de indígenas estreia o novo Espaço Multimeios Didáticos do Senac, que é equipado com recursos tecnológicos para uso dos alunos, como notebooks e tablets, projetor, um quadro interativo equivalente a uma tela de celular gigante e óculos de realidade virtual.

O instrutor Rigel Abdala disse que está realizado em contribuir para o desenvolvimento da potencialidade da turma de alunos Warao, pois o desenvolvimento deles repercute no desenvolvimento da própria cidade de Belém.

O curso tem aulas de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30, até o próximo dia 13 de dezembro.


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