A Prefeitura de Belém lançou, nesse domingo (27), o projeto Maloca Indígena, no Bosque Rodrigues Alves, no bairro do Marco. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) em parceria com a Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant).
O projeto busca tornar o Bosque uma área de referência para o empreendedorismo solidário de indígenas urbanizados que vivem em Belém. O prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, do Psol, costuma ressaltar a riqueza e a diversidade do povo paraense. "Os indígenas, de etnias diferentes, nos fazem ver o quanto o nosso povo é rico, porque é uma mistura de vários povos. Porque somos de riqueza, somos diversidade étnica, linguística e cultural”.
Artesanatos e serviços
A maloca próximo ao Lago da Iara, no Bosque Rodrigues Alves, foi o local escolhido para abrigar, durante os fins de semana, indígenas de diversas etnias, que poderão comercializar seus artesanatos e serviços no espaço, de maneira rotativa.
Segundo a coordenadora de Educação Ambiental da Semma, Claudia Kahwage, responsável pelo projeto, além de um espaço de empreendedorismo, no local também terá exposições sobre a cultura indigena e contação de história para crianças.
Uma das indígenas, que expuseram seus trabalhos no lançamento do projeto Maloca Indigena, foi a artesã e arquiteta Carla Bethânia, da etnia Aruá-Maruanã, da região da ilha do Marajó. “Esse projeto mostra que nós existimos em Belém e realizamos um trabalho. Poder estar aqui hoje mostrando nossa arte e história é maravilhoso”, avalia Carla.
Espaço seguro
Sérgio Waiwai foi outro artesão indígena convidado pela Prefeitura de Belém para expor seu trabalho no lançamento do projeto. “Aqui se torna um espaço mais seguro e adequado para a gente poder vender o nosso artesanato e mostrar um pouco de nossa cultura. Isso é algo muito importante”, diz o indígena Waiwai.
Crescimento financeiro e cultural
A iniciativa foi aprovada também pelos visitantes do Bosque Rodrigues Alves, como foi o caso da jornalista Louise Bandeira, que aproveitou a manhã de domingo para passear no espaço com a filha Maria Elis, de três anos.
“É muito importante olhar os povos indígenas como povos produtores de artesanato e de cultura. Com isso, eles crescem financeiramente e a gente cresce culturalmente e artisticamente”, afirma a jornalista.
A prefeitura prevê que cerca de cinquenta indígenas possam expor seus trabalhos no bosque aos finais de semana. O projeto Maloca Indígena é mais uma ação da gestão municipal em favoricimento, proteção e assitência social dos povos tradicionais e originários, de acordo com a Coordenaria Antirracista de Belém.