06/01/2023 às 11h30min - Atualizada em 06/01/2023 às 11h30min

Filhote fêmea de peixe-boi é resgatada no Marajó

Resgate foi possível graças à parceria entre ICMBio e Instituto Bicho D'Água

Com Edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
A filhote de peixe-boi resgatada ganhou o nome de Tupinambá. (Foto:Divulgação)

A história da filhote de peixe-boi amazônica batizada “Tupinambá” chegou para renovar a esperança em um 2023 melhor. Um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados do Brasil de acordo com a lista atualizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a fêmea órfã foi encontrada no primeiro dia do ano por uma família de ribeirinhos de Melgaço, no arquipélago do Marajó, e foi resgatada por uma força-tarefa convocada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). Participaram da operação a Prefeitura, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a organização não governamental (ONG) Instituto Bicho D´água (IBD). 

Desde o momento inicial de acolhimento, quando o casal Adanilton Silva, 28 anos, pintor, e Patrícia Silveira, 28 anos, agente comunitária de saúde, salvou o animal na Baía de Melgaço e o manteve alimentado e protegido dentro da propriedade particular, a situação vem sendo acompanhada por especialistas das entidades envolvidas, de forma presencial e remota. 

A equipe avalia condições de cativeiro, como qualidade da água, e estado clínico, como características de comportamento e fezes. A dieta também vem sendo prescrita com formulação especial, com leite de soja, suplementos e medicamentos manejados a partir de uma mamadeira com bico adaptado. 

Quem de logo avistou a filhote sozinha, ferida e enfrentando dificuldades foi o pai de Patrícia e sogro de Adanilton, o caseiro Edilson Silveira, 47 anos. “O que a gente sabe é que, na região, é comum matarem peixe-boi pra comer, daí nós deduzimos que a mãe tenha sido capturada e o bebê tenha ficado perdido”, conta Patrícia. Nesta sexta-feira (6), a peixe-boi será transportada para a base federal de Caxiuanã, no mesmo município. 

O nome “Tubinambá” (em tupi tubub-aba, “descendente”) foi escolhido pelos ribeirinhos por ocasião de uma lenda local. Pela oralidade ancestral, nas noites de luar uma cobra grande chamada “Tupinambá” aparece em um igarapé adjacente ao Balneário do Prefeito, nas imediações da Estrada do Moconha, com o objetivo de proteger a natureza. A distância até a sede de Melgaço consiste em torno de um quilômetro. 

Nesta sexta-feira à tarde (6), o animal será transportado de voadeira, em um percurso aproximado de três horas, supervisionado por Marques e mais sete profissionais do ICMBio e do Instituto Bicho D’Água, incluindo biólogos e veterinários. “Existe um estudo complexo para o deslocamento. É tudo esmiuçado”, pontua Marques. A logística prevê hidratação, nutrição e monitoramento dos sinais vitais, além de treinamento e observação continuada da filhote, ao longo do fim de semana. 


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