10/03/2023 às 11h20min - Atualizada em 10/03/2023 às 11h20min

PRF e Ibama combatem garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami

Em outra frente, helicópteros da PRFs levam pesquisadores do IBGE a terras isoladas na reta fnal do Censo 2022

Com edição da Redação Belem.com.br
Informações da Assessoria
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Encravada entre os estados de Roraima e Amazonas, na fronteira do Brasil com a Venezuela, a Terra Indígena Yanomami é palco de uma grande operação de segurança e retrada de garimpeiros. Longe de qualquer rodovia federal, num cenário de 9,6 milhões de hectares de Floresta Amazônica e marcado por áreas de difcil acesso e longas distâncias, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Insttuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizam a Operação Omawe. O foco da ação é a retrada dos invasores de terras de povos originários e a inutlização de equipamentos empregados na exploração ilegal de ouro e cassiterita.

Para atuar na região, a PRF destacou 85 agentes, viaturas terrestres e dois helicópteros, enquanto o Ibama utliza outras três aeronaves e várias equipes de fscais ambientais. A frota aérea é empregada em missões de transporte, segurança, patrulhamento e apoio a incursões por terra e rio. Até o momento, PRF e Ibama já desfzeram mais de 190 acampamentos clandestnos, e inutlizaram mais de 100 equipamentos, como 16 balsas, geradores, motores e embarcações. Cerca de 19 mil quilos de cassiterita extraídos de forma ilegal foram apreendidos.

Mesmo assim, ainda existem infratores que desafam a lei e permanecem ilegalmente na região. Agentes relatam que garimpeiros chegam a iniciar focos de incêndio na mata para confundir as equipes de fscalização. Outros grupos voltam a se instalar nas proximidades de acampamentos já destruídos, na esperança de que os fscais não retornem ao local.

Missão de alta complexidade

Levantamentos preliminares apontam que o garimpo no interior da Terra Indígena Yanomami aumentou nos últmos anos. Esse crescimento se faz visível, principalmente, no desmatamento observado no interior da reserva, e agravado pelo emprego de maquinário pesado, instrumentos e produtos químicos que produzem graves danos ao meio ambiente.

Diante deste cenário, PRF e Ibama concluíram que também é necessário sufocar a cadeia logístca que mantém o crime na região, e que envolve pontos de abastecimento de aeronaves e pistas de pouso clandestnas. Por isso, os agentes atuam em diversas frentes, como fscalização do transporte de minério, e combate ao tráfco de drogas, armas, munições e explosivos.

Longas distâncias, áreas isoladas, terreno acidentado, mata fechada e clima severo exigiram que PRF e Ibama optassem pelo emprego de aviação tátca e de equipes de operações especiais. Estão sendo utlizadas aeronaves multmissão com capacidade de transporte de tripulantes e equipamentos, e com tecnologias que permitem a localização de pessoas, objetos e veículos mesmo em condições de baixíssima visibilidade. Os PRFs empregados na operação, inclusive pilotos e operadores, são treinados em ações de alta complexidade.

Quantos somos

Em outra frente de ação, a Polícia Rodoviária Federal auxilia no transporte e segurança de recenseadores do Insttuto Brasileiro de Geografa e Estatstca (IBGE), especializados na coleta de informações em terras de povos originários e responsáveis pela conclusão do Censo Demográfco na Terra Indígena Yanomami. São 17 equipes compostas por recenseadores do IBGE, guias da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e intérpretes, que visitam 169 aldeias em Roraima e três, no Amazonas.

De acordo com o IBGE, o órgão já tem 50% da coleta no território concluídos. O suporte aéreo é indispensável para a conclusão da outra metade do recenseamento, porque existem áreas acessíveis somente por voos de helicóptero. As equipes chegam à localidade de Surucucu, em Alto Alegre (RR), transportadas por aeronaves de pequeno porte fornecidas pela Funai. Lá está o 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro e um Polo Base de Saúde Indígena. Dali, partem em voos de helicóptero até as comunidades mapeadas. Batizada com o nome de Omawe, a operação da PRF faz referência a um heroi ancestral yanomami.  
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