04/04/2021 às 17h00min - Atualizada em 04/04/2021 às 17h00min

60% dos brasileiros estão obesos, mostra pesquisa

Sedentarismo, estresse e a própria pandemia contribuem para o aumento de peso

Redação Belem.com.br
Com informações da assessoria da instituição
Desde 2002 as prevalências de excesso de peso para adultos com mais de 20 anos têm aumentado. (Foto: Freepik)
      
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 96 milhões de pessoas, ou seja, 60,3% da população adulta do Brasil apresenta um Índice de Massa corpórea (IMC) maior que 25 kg/m², sendo classificadas com excesso de peso. A pesquisa foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em conjunto com o Ministério da Saúde.

Dentro deste universo da pesquisa, 62,6% das mulheres estão com sobrepeso e 57,5% dos homens. Desde 2002 as prevalências de excesso de peso para adultos com mais de 20 anos têm aumentado em ambos os sexos. Com a pandemia o cenário tende a piorar.

A coordenadora de Nutrição da Estácio, Viviane Lacerda, observa que a alteração do perfil nutricional está diretamente ligada ao contexto histórico. "No Brasil, a urbanização, o aumento da tecnologia, a industrialização e a globalização contribuíram para alterações nos padrões de vida relacionados à saúde. Atualmente, com o excesso de afazeres, muitas vezes não há tempo para cozinhar, dando prioridade a alimentos industrializados, que são de alto teor calórico e pouco nutritivos", pontua a nutricionista.

Segundo Viviane Lacerda, além de uma dieta pobre em vitaminas e fibras, o sedentarismo agrava o quadro e resulta não apenas da falta exercícios físicos, como da diminuição de atividades do dia a dia, como andar mais a pé e subir escadas, que o avanço da tecnologia as tornou mais fáceis ou deixaram de existir. "Há outros fatores secundários e relevantes que exacerbam esse processo, como  muitas horas na frente das telas (celular, computador, televisão), sono irregular e níveis altos de estresse", esclarece. 

Para manter uma alimentação equilibrada, mesmo que seja pelo delivery, a profissional recomenda buscar, previamente, restaurantes que priorizem um cardápio mais saudável. "Quando estamos com fome, tendemos a querer alimentos com alto teor de sabor, que geralmente são calóricos e pouco nutritivos. Por isso, vale a pena fazer uma seleção prévia de locais que forneçam alimentação nutritiva. Ao fazer pedidos em aplicativos de delivery, ou em sites de buscas, filtre esse tipo de restaurante para fazer uma refeição saborosa e saudável", pondera.  

Já para quem deseja colocar a mão na massa e cozinhar sua própria refeição, a coordenadora indica alguns itens básicos que devem estar sempre na geladeira ou despensa e aqueles que devem ser evitados. "Priorize alimentos minimamente processados, ou seja, aqueles que não são fabricados na indústria, como arroz, feijão, carne, ovos, legumes, frutas, verduras e queijos", cita Viviane Lacerda. 

O desafio da balança na pandemia

Um dos desafios da pandemia é manter uma relação saudável com a comida e, consequentemente, não perder o controle do peso. "Percebeu que está acima do peso, o primeiro passo é se conscientizar de que é preciso mudar, e que será um processo gradual que irá impactar positivamente na saúde. Tendo isso claro em mente, procure profissionais da saúde, como nutricionista, profissional de educação física e psicólogo – dependendo da situação – que são fundamentais para o sucesso da perda e estabilização de peso. Afinal, não se trata de algo passageiro, e sim de uma prática que deve ser consistente e duradoura", adianta. 

Mas se a grana está curta para investir em especialistas, a nutricionista Viviane Lacerda orienta sobre práticas simples em casa que podem ajudar. "Comece fazendo a sua comida. Substitua os alimentos industrializados por aqueles que podem ser feitos em casa, como um bolo que é mais saudável do que a versão de pacotinho. Busque fazer receitas com ingredientes do dia a dia (frutas, legumes, feijão, aveia, leite, ovos, carnes), o que já será um grande passo", indica.

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