19/05/2022 às 10h38min - Atualizada em 19/05/2022 às 10h38min

Livro “Luar” evidencia história, cultura e imaginário da cidade de Igarapé-Miri

O valor pela venda do livro será revertido para projetos sociais

Com edição do Belem.com.br
Emanuelle Corrêa - Ascom
O livro "Luar" foi produzido pelas professoras Crisálida Pantoja e Cesarina Lobato (em memória). (Foto: Divulgação)

                                                                                                                             
Na próxima quinta-feira (26) será lançada a obra literária “Luar”, escrita pelas professoras Crisálida Pantoja e
Cesarina Lobato (em memória), dando seguimento às pesquisas relacionadas às transformações sociais no município de Igarapé-Miri (PA), cidade natal de ambas. O lançamento em Belém acontecerá às 18h30 no escritório Central do Grupo Líder, no Auditório Jerônimo Rodrigues. Será uma solenidade para convidados, incluindo patrocinadores, familiares, amigos, colaboradores e personalidades da literatura paraense.

No dia 23 de julho será realizada a cerimônia de lançamento do “Luar” em Igarapé-Miri, na Casa da Cultura. O livro foi contemplado pelo Programa Estadual de Incentivo à Cultura – Lei Semear, obteve patrocínio do Grupo Líder e está sendo publicado pela Editora Paka-Tatu. O valor arrecadado com a venda dos exemplares será destinado a projetos sociais de Igarapé-Miri, um desejo das autoras.


Sobre o Luar

O livro traz um resgate histórico de Igarapé-Miri, que tem suas origens no ano de 1714, e aborda, entre outros assuntos, os ciclos da borracha, da cana-de-açúcar e do açaí, bem como, registra a cultura, vivências e impressões de quem nasceu e morou no município na época em que as tradições orais eram fortes e as pessoas “podiam sentar na calçada para conversar”. O livro traz histórias de: “amor, religião, educação, política, assombração e muita magia”, como destaca a professora Edna Heloísa Dias de Souza, quem prefaciou o livro.

A autora Crisálida comenta que os leitores encontrarão assuntos como o Festival do Açaí, a trajetória da educação no município, o comércio realizado por meio das embarcações, o curandeirismo, o importante trabalho das parteiras, os ilustres artistas mirienses como o Rei do Carimbó, Pinduca e a Rainha do Carimbó Chamegado, Dona Onete. O livro também aborda as estórias de personagens como boto, matintaperera, cobra-grande, yara e lobisomem; manifestações populares como as festas juninas e as pastorinhas, além de relatos fortes e comoventes como a Cabanagem em seu viés local e o registro do primeiro feminicídio na cidade.

O título do livro remete à influência do satélite da Terra, que faz parte do cenário místico de Igarapé-Miri. As fases da Lua são fenômenos que influenciam os mais variados acontecimentos naturais e sobrenaturais, conforme texto escrito por Cesarina. Trata-se de um tempo em que havia poucas lâmpadas públicas das 18h às 23h, e ainda assim forneciam uma qualidade baixa de iluminação. Dessa maneira, o luar fazia muita diferença, permitindo ver melhor as coisas, pessoas, lugares, caminhos, ajudando também os comerciantes a navegarem em segurança pelos rios Tocantins e Amazonas, de acordo com “Noite de Luar”, um dos textos integrantes do livro.

Na elaboração do “Luar”, as autoras priorizaram talentos de seus conterrâneos, como o ilustrador e desenhista Rubens Portilho; a fotógrafa Giselle Pureza, a nutricionista Ana Carolina Martini, que traz um informativo sobre as qualidades nutricionais do açaí, entre outros. O “Luar” é resultado de 15 anos de trabalho intermitente, em que as autoras se encontravam para trocar ideias, entrevistar pessoas de Igarapé-Miri e coletar documentos e informações para suas pesquisas. Munidas de caneta, papel, um gravador manual e muita vontade de registrar os fatos, encantos e curiosidades da amada cidadezinha, reuniram um vasto material que resultou nesta obra, que finalmente chega ao público.

Crisálida conta que está realizando um sonho seu e de sua amiga e coautora, Cesarina, falecida em novembro de 2020. “Já havíamos escrito o Prismassobre Educação e Cultura em Igarapé-Miri no século XX, que versa sobre a evolução da educação no município. Já o Luar fala sobre a vida em Igarapé-Miri, de um tempo em que não tínhamos rádio e luz elétrica, em que havia um sistema de água e esgoto precário, mas era agradável, as pessoas se respeitavam, todos se conheciam e se cumprimentavam pelo nome”, relembrou. Questionada sobre como as pesquisas ocorreram, conta que visitavam as pessoas e ouviam e documentavam os relatos em folhas de caderno.

“Marcávamos um cafezinho na casa de uma das duas, e quando os textos estavam prontos, pedíamos para alguém digitar e íamos arquivando”, comentou. Crisálida convida os apreciadores de boas histórias a lerem esse trabalho, pois afirma que irão se divertir com as curiosidades. “A intenção de escrever o Luar era resgatar o imaginário amazônida, ressaltando a cultura e a história mirense, para as gerações que não conheceram o dia a dia de uma cidade cheia de encantos e crendices. Uma das curiosidades é que cada lenda era contada de forma diferente a depender do narrador, cada pessoa tinha uma forma divertida de relatar a Matintaperera, por exemplo, ou a Lenda do Boto e as mais variadas histórias surgiam para o mesmo personagem.”, disse em tom descontraído.


Serviço

Assunto: Lançamento do Livro “LUAR”
Data: 26 de maio, quinta-feira
Hora: 18h30min Local: Escritório Central do Grupo Líder – Auditório Jerônimo Rodrigues Endereço: Rua dos Pariquis, n. 1056, Jurunas – Belém/PA
Mais informações no
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