14/04/2023 às 08h38min - Atualizada em 14/04/2023 às 08h38min

Belém inicia vacinação contra monkeypox para profissionais de saúde e pessoas vivendo com HIV

Profissionais de saúde da Sesma na campanha de vacinação no CTA

Com edição da Redação Belem.com.br
Agência Belém
Edielson Shinoara

A Prefeitura de Belém iniciou a campanha de vacinação destinada à prevenção do vírus monkeypox para pessoas vivendo com HIV/Aids e profissionais de saúde que trabalham na linha de frente de combate à doença e fazem a coleta direta de secreção dos pacientes para exames laboratoriais.


A campanha de vacinação contra a monkeypox, exclusivamente para os profissionais de saúde e pessoas com HIV, é uma ação da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).


O autônomo José Cláudio Mota, morador do bairro do Tenoné, marcou presença na manhã desta terça-feira, 11, no Centro de Testagens e Aconselhamento (CTA) para se prevenir contra a monkeypox. José Cláudio convive com HIV e tem o lado esquerdo da visão afetada e movimento das mãos e pernas comprometido. “Vacina é coisa séria e por isso estou aqui para ficar imune à monkeypox”¸ declarou José.


Maior taxa de mortalidade


No território brasileiro, a frequência de óbitos e a ocorrência de morbimortalidade são maiores entre as pessoas vivendo com HIV/Aids, em especial aquelas com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses. Com o sistema imunológico debilitado, há maior probabilidade de infecções oportunistas e internações hospitalares.


A campanha também contempla profissionais que trabalham diretamente no combate à monkeypox. “É de extrema importância o cuidado e a proteção à saúde do trabalhador na área de saúde. Assim, o servidor se sente valorizado para prestar serviço de qualidade para a população”, observa Ana Carolina Valino, enfermeira do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde, da Sesma.


Monkeypox: sinais e sintomas


O Mpox é um orthopoxvírus causador de doença cujos sinais e sintomas se assemelham aos da varíola. Os sintomas mais evidentes são febre, cefaleia, dor muscular, linfadenopatia (aumento do tamanho dos gânglios linfáticos no pescoço, nas axilas e virilha), dor de garganta, tosse, fotossensibilidade, adenomegalia (crescimento de um ou mais linfonodos), náusea e vômito.


O vírus monkeypox é uma doença zoonótica que ocorre principalmente em áreas endêmicas, de floresta tropical. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado, bem como com material corporal humano contendo o vírus. Até 20 de março de 2023, foram notificados 99 casos (95 curados, 3 em monitoramento e 1 óbito) de monkeypox em Belém.


O coordenador municipal da DST Aids e Hepatites Virais da Sesma, Mauro Brabo, informa que os pacientes convivendo com o HIV já estão previamente cadastrados no sistema do Ministério da Saúde e que obedecem ao procedimento da busca ativa pelos contatos previamente informados.


“A busca ativa é feita de contato por contato e o desafio é a identificação de pacientes que não atendem à chamada pelo número do cadastro, pessoas que não têm interesse em tomar a vacina ou que não residem mais em Belém”, informa Mauro.


A monkeypox é transmitida principalmente por meio de contato direto ou indireto com gotículas respiratórias (saliva, muco nasal), mas, principalmente, por meio do contato com lesões de pele de pessoas ou objetos e superfícies contaminadas.


Cuidados e recomendações


O Centro de Testagem e Acompanhamento da Prefeitura de Belém (CTA), além de ponto de vacinação contra a monkeypox para os grupos citados, é referência de atendimento de pacientes que são triados previamente nas Unidades de Saúde de Atenção Primária.


“Em casos suspeitos, com sintomas de coceira e catapora, são feitas as coletas, que logo são encaminhadas ao Laboratório Central para exames e procedimentos necessários para o tratamento”, indica a gerente do CTA, Socorro Silva.


Os cuidados recomendados para a prevenção são a higiene das mãos, distanciamento social e uso contínuo de máscaras, sobretudo por pessoas imunossuprimidas, que estão mais suscetíveis a desenvolver casos graves da doença.


Em caso de suspeita da doença, o procedimento é procurar assistência em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Os casos sugestivos passam, então, para investigação.


Para essa etapa, as unidades de referência são: as UBS Icoaraci e Satélite e o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Rayssa Gorbachoff, que fica na travessa Rui Barbosa, 1.059, no Reduto.


A campanha de vacinação para os profissionais de saúde e pessoas vivendo com HIV no CTA se estende até o final de abril.  


Protocolo do Ministério da Saúde


Para ter aceso à vacinação, é preciso estar devidamente cadastrado no Ministério da Saúde e estar fazendo tratamento e acompanhamento de HIV nos últimos seis meses, com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células.


Os critérios foram realizados pelo Ministério da Saúde, em listagem repassada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) à Sesma, que executa a campanha por meio do CTA.


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