Prefeitura de Belém concede crédito solidário a refugiados venezuelanos

Ascom/Banco do Povo

Três refugiados venezuelanos, incluindo dois indígenas Warao, assinaram os contratos do crédito solidário da Prefeitura de Belém, realizado por meio do Banco do Povo. Eles fazem parte de um projeto piloto do Instituto Federal do Pará (IFPA), que ensinou o ofício de soldador para que os venezuelanos possam obter renda.

O crédito está sendo acessado para que eles possam comprar equipamentos de trabalho. Cada um recebeu o crédito de R$ 2.560 para quitar em até 16 parcelas com juros baixos de até 0,90% do valor total e carência para começar a pagar. No ato da assinatura, o contrato elaborado em português foi traduzido pelo servidor da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), José Albarran.

Oportunidade para recomeço

O indígena Euclidez José Moralez, de 42 anos, chegou a Belém há dois anos com a esposa e o filho pequeno. Hoje, o casal possui também uma filha brasileira, mas continua morando no abrigo da Prefeitura de Belém, no bairro do Tapanã.

"Graças ao curso, eu tenho agora o crédito que a Prefeitura está dando. Essa oportunidade que estão dando pra comprar máquina e as coisas que eu precisava para recomeçar por minha conta. Graças a isso, eu vou ter uma renda para sustentar a minha família", comemorou Euclidez.

Outro contemplado pelo crédito foi o indígena José Eliside Heredia, de 42 anos, que está há um ano e meio em Belém com a esposa e sete filhos, residindo na ilha do Outeiro.

Além desses, há o não indígena Victor La Rosa Gonzalez, de 25 anos, que também mora em Outeiro com a esposa e quatro filhos, há três anos. "É muito difícil conseguir emprego aqui", conta ele, que já trabalha como soldador, fabricando e consertando peças de ferro, como grades.

Antes da concessão do crédito, os venezuelanos passaram por oficinas e elaboração do plano de negócio junto à equipe do órgão.

"Desejamos que vocês se adaptem da forma plena possível pelo tempo que vocês estiverem aqui", afirma a coordedora do Banco do Povo, Georgina Galvão.

Qualificação

O professor Hélio Almeida, do IFPA, conta que, inicialmente, o projeto concedeu o curso de qualificação de soldador para 13 venezuelanos e, em seguida, foram buscados serviços em Belém para que eles pudessem aprimorar e aplicar as técnicas aprendidas.

"Agora, estamos fechando esse ciclo com o crédito concedido a três venezuelanos, inicialmente, neste momento, para que eles possam comprar equipamentos e entrar no mercado de trabalho, podendo ter uma vida com dignidade". A iniciativa foi acompanhada pela equipe da Funpapa.

"Estamos oferecendo o crédito solidário para trazer desenvolvimento à população de Belém e àqueles que aqui vivem", explica Georgina Galvão.

"Agradecemos a parceria do IFPA e Funpapa. Desejamos que vocês prosperem e trabalhem o suficiente para devolver o crédito para que outras pessoas de Belém também possam receber o recurso para se desenvolver e garantir o seu sustento", completou a coordenadora do Banco do Povo.