02/06/2023 às 10h25min - Atualizada em 02/06/2023 às 10h25min

Belém recebe oficina 'Primeira Infância Antirracista'

Será nesta segunda (5) e servirá para repasse de orientações para profissionais e lideranças

com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Unicef
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Instituto Promundo, realizará na segunda-feira (5), a oficina Primeira Infância Antirracista (PIA). O evento transcorrerá no auditório da Unifamaz, no bairro do Reduto, em Belém e tem como objetivo orientar profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social e lideranças comunitárias sobre esse importante tema.
O foco é chamar atenção sobre os impactos do racismo no desenvolvimento infantil e promover práticas antirracistas nos diferentes serviços de atendimento às gestantes, crianças negras e indígenas de até 6 anos e suas famílias. 
 
A iniciativa conta com parceria da Prefeitura de Belém, Tribunal de Contas dos Municípios, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Governo do Estado e organizações da sociedade civil. "O racismo afeta diariamente a vida das crianças negras e indígenas, desde seus primeiros anos de vida. Como adultos, temos a responsabilidade de rever as nossas práticas e garantir a proteção integral das crianças contra o racismo e a discriminação", diz Maíra Souza, oficial de Primeira Infância do UNICEF.

Desigualdades   

Em diferentes áreas, indicadores confirmam a desigualdade racial na garantia de direitos nos primeiros anos de vida. A proporção de bebês pretos e pardos que nascem de mães que não tiveram pelo menos sete consultas de pré-natal é de 30%; para bebês brancos, 18%. Em relação às crianças indígenas, por sua vez, a taxa de mortalidade infantil (até 1 ano) é o dobro da taxa de mortalidade infantil média brasileira – 23,4 por 1 mil e 11,9 por 1 mil, respectivamente (Fonte: SIM/Datasus, 2021).   

As desigualdades se repetem no acesso à Educação. Em 2019, mais de 330 mil crianças entre quatro e cinco anos estavam fora da escola, de acordo com o estudo Desigualdades na garantia do direito à pré-escola, lançado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, com apoio do UNICEF e UNDIME, em 2022, e a probabilidade de crianças pretas, pardas e indígenas estarem nesse grupo era 25% maior do que crianças brancas.  
 
O desafio de um atendimento que considere o perfil étnicoracial se evidencia na Assistência Social. Quase 70% das crianças de 0 a 4 anos que estão cadastradas no CadÚnico são negras. (Fonte: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação/MDS e IBGE, estimativa referente a março 2023). Diante desse cenário, o fortalecimento de práticas antirracistas nos serviços essenciais para a ser crucial, como destaca a coordenação da oficina temática.  
 
“O PIA é um conjunto de materiais e ferramentas que ajudarão, de forma prática e efetiva, os profissionais que atuam nas diferentes áreas da política pública, para ações antirracistas nos seus cotidianos”, explica o diretor-adjunto do Promundo, Luciano Ramos. “Crianças na primeira infância e suas famílias poderão contar com profissionais sensibilizados e atuando com práticas simples e eficazes, baseadas no antirracismo”, completa.  
 
Como parte da iniciativa, foi produzida uma coleção de cadernos formativos destinados a profissionais sobre educação infantil, assistência social e saúde no contexto de infâncias negras, como também sobre atendimento qualificado às crianças indígenas, além de uma websérie com sete vídeos sobre parentalidade antirracista com influenciadores e especialistas. Todo o conteúdo está disponível no site do UNICEF e pode ser baixado gratuitamente. 

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