13/06/2023 às 10h28min - Atualizada em 13/06/2023 às 10h28min

Após um mês, moradores ainda aguardam laudo para voltar ao edifício Cristo Rei

Calçada, ciclofaixa e uma das faixas da Rua dos Mundurucus continuam com acesso bloqueado, impedindo pedestres e ciclistas de transitarem pela via

com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
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Nesta terça-feira (13) completa um mês do desabamento das 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, localizado no bairro da Cremação, em Belém, que causou a evacuação do prédio e a interdição da calçada e de parte da pista da Rua dos Mundurucus.

Mesmo após 31 dias, o cenário nos arredores da edificação é o mesmo, com moradores ainda sem saber quando poderão voltar às suas residências, e pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência tendo que se arriscar em meio aos carros para conseguir transitar pela via, já que a calçada, a ciclofaixa e uma das faixas da rua continuam com acesso bloqueado nos limites do prédio.

Laudo da Defesa Civil, apresentado dias depois do incidente, mostrou que infiltração e corrosão das ferragens de sustento da sacada da cobertura ocasionaram o desabamento. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará (CBMPA) informou que não há risco de desabamento do prédio, mas recomendou a demolição das outras 13 sacadas. O órgão também informou que o edifício seguirá interditado até a conclusão do laudo da Polícia Científica do Pará (PCP). Questionada pela reportagem, a PCP não deu prazo para finalizar o parecer: “A Polícia Científica do Pará informa que as análises estão em andamento. O órgão reitera que o laudo, a ser finalizado, será repassado às autoridades solicitantes”.

A dona de casa Maria Augusta, 70, é uma das moradoras do Edifício Cristo Rei que aguarda a liberação para retorno ao prédio. Ela conta que foi "abrigada" por uma irmã, mas que muitos moradores estão tendo que se virar em hóteis: “Estamos sem nenhum tipo de ajuda, é cada um por si e Deus por todos. O que a gente sabe é que a vistoria foi feita nas sacadas que não caíram e que as portas que ficaram sem sacadas devem ser isoladas com compensados para a realização das obras internas do edifício. A expectativa é sim de retornar ao prédio, mas que isso seja feito com segurança, com todos os devidos laudos entregues", diz.

Transtorno para pedestres, ciclistas e PCDs

Enquanto isso, na extensão da Rua dos Mundurucus, entre a Travessa Quintino Bocaiúva e a Avenida Generalíssimo Deodoro, blocos de concreto isolam a frente do edifício, bloqueando a calçada, a ciclofaixa e uma das faixas da pista. Para conseguir se locomover, a única alternativa para ciclistas, pedestres e pessoas com deficiência, que precisam passar pelo trecho, é se arriscar em meio ao fluxo de carros, que costuma ser intenso nos horários de pico. Paulo dos Santos, 24, é morador dos arredores do prédio e utiliza uma cadeira de rodas para se locomover. Ele conta que se sente inseguro.

“Se eu for passar por aqui, pode acontecer de o carro me ‘pegar’. Fica difícil para todo mundo, os moradores ficam à mercê dos carros. A qualquer instante pode ter uma batida. Então, a gente espera que seja resolvido o mais rápido possível, porque a sensação é de insegurança e até mesmo de ter o nosso direito de ir e vir impedido, afinal, como é que idosos e deficientes, como eu, vão passar por esse trecho aí? É muito arriscado”, comenta o cadeirante.

Os ciclistas precisam aguardar o fluxo de carros diminuir para conseguir atravessar o trecho. Luana Moreira, 25, passa todo dia pela rua, já que a Mundurucus é uma das únicas do bairro com ciclovia, mas, entre a Quintino e a Generalíssimo, a professora tem enfrentado transtornos. "Às vezes tem motorista que não respeita, quer passar por cima, fica apitando… A gente tem que ter paciência. Praticamente, aqui é a única via que tem ciclovia, então a gente tem que se virar, porque além desse ‘pedaço’ não ter acesso, a gente ainda corre risco de acidente, porque os motoristas não respeitam”, relata.

A aposentada Nazaré Ramos, de 65 anos, mora em uma vila ao lado do prédio. Ela estava no vilarejo na manhã do dia 13 de maio e relembra que vários moradores, inclusive ela própria, deixaram suas casas após o incidente com medo de novos desabamentos: “Foi um barulho que eu nem consigo definir a intensidade. Todos os moradores das primeiras casas fugiram, porque a gente não sabia a gravidade”. Ela conta que voltou à residência alguns dias depois, mas ainda enfrenta dificuldades na locomoção com a situação da calçada. “Eu até evito sair, porque tenho medo de me arriscar. Ou a gente se ‘mete’ no meio dos carros, ou precisa dar a volta lá em cima para atravessar no sinal”, finaliza.
 

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