16/06/2023 às 09h04min - Atualizada em 16/06/2023 às 09h04min

Servidores municipais debatem realidade dos indígenas Warao da Venezuela durante oficina sobre migração

Mais de 50 servidores da Prefeitura de Belém e público externo participaram da oficina

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Belém
Agência Belém
Mais de 50 servidores da Prefeitura de Belém e público externo participaram da oficina "Warao mulheres e as políticas públicas municipais: um diálogo necessário sobre migração, etnia e gênero nos fluxos em Belém - Pará", promovida pela Secretaria Municipal de Administração (Semad), na manhã desta quinta-feira, 15.

Especialista em Direito Civil e mestranda em Direito e Desenvolvimento na Amazônia (PPGDDA/ UFPA), Vivian Andrade ministrou a oficina no auditório da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap).

Cerca de 700 indígenas venezuelanos da etnia Warao, a segunda mais populosa do país vizinho, vivem na capital paraense atualmente e a atividade formativa, ainda que aberta ao público geral, é parte da política de valorização do servidor da Prefeitura de Belém. 

A Secretaria Municipal de Administração (Semad), por meio da Escola de Gestão Pública (EGP) e da Universidade Livre da Amazônia (Ulam), já realizou, de 2021 a maio de 2023, quase 90 atividades formativas, com a participação de mais de 3.500 servidores de diversas secretarias e órgãos da administração pública.

Conhecimento e afeto

Maria do Socorro Costa Moreira da Costa é servidora da Cinbesa desde 1985 e fala com muita emoção sobre a oficina. "Está sendo de muita valia, porque estou recebendo conhecimento que eu não tinha em relação à cultura, em relação ao deslocamento deles. Eu me coloquei no lugar deles e senti o sofrimento. Quando eu olhava antes, eu não tinha noção desse percurso que tenha sido de muita dificuldade, de muita dor, de muito abandono, principalmente no aspecto afetivo. Foi o que mais me chamou atenção, a afetividade, os vínculos que perderam. Aí a gente percebe que essa problemática deles não é simples, não é fácil", contou a servidora.

"A gente olha com a nossa lógica de urbanos. Sem conhecimento, a gente não tem noção da realidade enfrentada por eles. Essa oficina, tem que ter mais. Com mais mobilização dentro dos órgãos, pra trazer mais pessoas. É lá no atendimento público que a gente vai se relacionar e podemos ser mais éticos. Quando a gente conhece a história do outro, a gente tem condições de ser mais humano, mais fraterno. Fiquei muito emocionada. É um conhecimento que a gente vai levar pra vida", relatou Maria do Socorro. 

A reflexão é muito semelhante a de Ana Carolina Souza Ribeiro, que tem 28 anos de idade e é estudante de Serviço Social. Ela é estagiária da Secretaria de Justiça do Estado e afirma que a oficina é interessante. "Estou dentro deste núcleo de atendimento a refugiados e quero entender como está se dando a política em âmbito municipal", disse. Sobretudo, ela destaca: "meu estágio vai acabar, mas, nossas relações sociais continuam. Eu mesma moro perto de um abrigo e me importa saber como tem se dado o suporte a eles e como eu posso contribuir como cidadã".

Via de mão dupla

Vivian Andrade, que também é titular da BelemTur, explica que "fazer pesquisa e trazer isso, dentro de uma metodologia, para o serviço público e realização de políticas públicas, está relacionado a uma conjugação de forças. É uma troca, na realidade, a gente traz da academia e também leva para a academia o que a gente vive na realidade", pondera.

Ela garante que houve "um avanço. Tem seis anos que os Warao chegaram a Belém. A gente conhece mais os Warao do quando eles chegaram. Mas, é uma situação complexa e seria pretencioso achar que não se tem mais iniciativas a promover com relação a esta população".

Valorização de servidores

Regina Ferreira, coordenadora em exercício da Escola de Gestão Pública (EGP), reforça que o objetivo da Semad é reiterar a servidores "a importância do atendimento qualificado para todas as populações, neste caso específico, nos referimos às populações indígenas, que estão em situação de vulnerabilidade e precisam de encaminhamentos concretos".
 

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