03/08/2023 às 08h25min - Atualizada em 03/08/2023 às 08h25min

Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia é lançado no Pará

A parceria é do Sistema das Nações Unidas, governo federal e governos estaduais, por meio do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal Brasileira

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Agência Pará
O governador Helder Barbalho, que preside o Consórcio Amazônia Legal (CAL), fez os pronunciamentos de abertura e encerramento do evento “ONU e Amazônia: parceria para o Desenvolvimento Sustentável”, realizado no Centro de Convenções Sebastião Tapajós, em Santarém, no oeste paraense, na noite desta quarta-feira (2).

O evento contou com a participação de autoridades do governo federal, dos governos dos estados amazônicos, de órgãos diplomáticos, organismos internacionais, sociedade civil e do setor privado, com vistas a considerar os esforços conjuntos para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia em benefício das 29 milhões de pessoas que vivem na região.

A programação incluiu o lançamento nacional do Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, parceria entre o Sistema das Nações Unidas, governo federal e governos estaduais da região, por meio do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal Brasileira.

Acompanhado pela vice-governadora Hana Ghassan e por secretários de Estado, o governador do Pará enfatizou que "este é um momento preparatório, em que a convocação global chega para a Amazônia, para debater os desafios ambientais, mas também para nos ouvir, para conhecer as realidades sociais, os desafios da construção de um modelo de desenvolvimento sustentável que possa ser inclusivo", referindo-se aos preparativos para a 30ª Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP 30, que será sediada em Belém no ano de 2025.

Protagonismo

Helder Barbalho ressaltou o protagonismo do Pará na agenda ambiental, citando a realização da Cúpula da Amazônia nos dias 8 e 9 de agosto, na capital paraense, com a presença de presidentes dos países amazônicos, e defendeu o binômio "floresta e gente" como solução para que o Estado possa enfrentar os desafios ambientais. "E isso em consonância com a elaboração de soluções que permitam ao povo da floresta, os amazônidas, todos nós que aqui vivemos, ter uma vida melhor, com sustentabilidade", reforçou.

Sobre o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, o governador declarou ver a iniciativa como um importante passo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e para a gestão de ações inclusivas, envolvendo ainda o desenvolvimento sustentável e social.

"O desafio é fazer chegar a cada rincão da Amazônia as ações do governo brasileiro, cuidar das comunidades locais e promover um desenvolvimento a partir do compromissado ambiental que todos devemos exercer", afirmou Helder Barbalho.

A secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé, ressaltou que falar em desenvolvimento sustentável já faz parte de um processo construtivo inclusivo para os povos tradicionais. "Estamos vivendo na Amazônia mudanças e emergências climáticas que se refletem no planeta. Por isso, é tão importante ter a ONU nesta iniciativa, que merece parabéns, assim como o governador Helder Barbalho e os demais governadores da Amazônia, que pensam na coletividade. Importante que as demais regiões e biomas busquem esse pensar", declarou.

Discutir Amazônia na Amazônia

Para a vice-líder da ONU, Amina Mohammed, a Amazônia fornece ar aos pulmões do mundo, para que todos do planeta possam respirar, o que já deveria ser o suficiente para que houvesse solidariedade com quem vive nessa região. "Merecem viver uma vida digna. Sabemos dos muitos desafios para que isso aconteça, só que esses desafios não são resultados das ações de quem mora na Amazônia. Na verdade, eles enfrentam as consequências do que as pessoas ao redor do mundo fizeram em nome do desenvolvimento. Isso não é justo, e precisa ser corrigido", disse Amina Mohammed, reconhecendo que o tempo atual é de mudança, já que pela primeira vez se discute "Amazônia na Amazônia".

Coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks lembrou que ninguém tem melhor posição para cuidar da Amazônia do que seus habitantes. "São eles que têm o conhecimento e o caminho para indicar a melhor forma de a floresta ser protegida e, ao mesmo tempo, podendo oferecer todo o seu potencial. São essas pessoas que devem nos dizer quais as prioridades estratégicas, e nos orientar", enfatizou.

Compromisso

Carlos Márcio Cozendey, embaixador e secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, confirmou o compromisso "firme e revigorado" do Brasil com a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, elaborada pela ONU, nas três dimensões: social, ambiental e econômica.

Segundo ele, "não é possível a preservação ambiental sem que as ações, para isso, tenham viabilidade econômica e gerem desenvolvimento social. O Brasil tem, historicamente, desempenhado papel de liderança nessa agenda multilateral. Estamos profundamente preocupado com a forma que a comunidade internacional está no momento retrocedendo em muitas conquistas relacionadas ao desenvolvimento sustentável - a exemplo do combate à pobreza e à fome".
 

 

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